ATA DA DÉCIMA
TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA
LEGISLATURA, EM 06.04.1988.
Aos seis dias
do mês de abril do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de
Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua
Décima Terceira Sessão Ordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona
Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a Segunda
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt,
Aranha Filho, Artur Zanella, Auro Campani, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha,
Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa,
Getúlio Brizolla, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn,
Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Kenny Braga, Lauro Hagemann, Luiz
Braz, Mano José, Nilton Comin, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Pedro Ruas, Rafael
Santos, Raul Casa e Teresinha Irigaray. Constatada a existência de “quorum”, o
Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou ao Ver. Jorge
Goularte que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr.
Secretário procedeu à leitura das Atas da Décima Segunda Sessão Ordinária, da
Quinta Sessão Extraordinária e da Sétima Sessão Solene, que juntamente com a
Ata da Décima Primeira Sessão Ordinária, foram aprovadas. À MESA foram
encaminhados: pelo Ver. Artur Zanella, 01 Pedido de Informações, acerca da
Escola Estadual de 1º Grau Eva Carminatti; na Vila São Francisco; pelo Ver.
Clóvis Brum, 07 Pedidos de Providências, solicitando reposição de lâmpadas no
poste localizado na esquina da Rua São Simão e Av. Jordão e na Rua São Simão,
em frente ao nº 102, implantação de boca-de-lobo na Rua Santa Isabel, esquina
com a Rua Nazaré, limpeza, capina e desobstrução de valetas laterais da Avenida
Ipê, conserto de fuga d’água em frente ao n.º 570 da Rua Panamá; implantação de
pontos de iluminação pública no poste localizado em frente ao n.º 86 da Rua
Alexandre Garcia e em frente ao nº 868 da Rua Jerusalém; pelo Ver. Flávio
Coulon, 01 Pedido de Informações, solicitando que o DMAE responda o Pedido de
Informações n.º 121/87, datado de 12 de outubro de 1987, com dados atualizados
até março de 1988; do Ver. Isaac Ainhorn, 02 Pedidos de Providências,
solicitando limpeza das bocas-de-lobo na Rua Jacinto Gomes, entre a Rua Borges
Fortes e Avenida Ipiranga e limpeza na Rua São Miguel, em frente à Escola
Estadual de 1º Grau Jerônimo de Ornelas, como também, no pátio da escola,
tomado pelo mato e esgoto que provém do Morro da Polícia; pelo Ver. Jorge
Goularte, 01 Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º 02/88 (proc. N.º
492/88), que autoriza o Município de Porto Alegre a transformar a área rural e
dá outras providências; pelo Ver. Nilton Comin, 02 Pedidos de Providências,
solicitando corte de uma árvore na Av. Nova York, em frente ao n.º 130 e troca
de lâmpadas em toda a extensão da Rua Podalírio João da Rocha. Do EXPEDIENTE
constataram: Ofícios nºs 153; 155; 157/88, do Sr. Prefeito Municipal; 20/88, da
Câmara Municipal de Campo Bom; 29/88, da Câmara Municipal de Três Passos;
207/88, do Gabinete do Governador; s/ n.º da União das Associações da Indústria
e Comércio do Vale do Gravataí; Telegrama do Dep. Ulysses Guimarães; Cartões,
da Comercial Sbardelotto de Carros Ltda.; da Transcosul e ouro e Prata –
Transportes. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi aprovado
Requerimento verbal do Ver. Paulo Sant’Ana, solicitando a inversão da ordem dos
trabalhos, passando-se ao período da ORDEM DO DIA. Em prosseguimento, foram, foram
aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando
que seja convocado o Ilmo. Sr. Diretor-Geral do Departamento Municipal de Águas
e Esgotos, para falar a respeito das novas taxas de água na Cidade, tendo em
vista as crescentes e permanentes reclamações, especialmente de condomínios,
sobre tal fato, encaminhado à votação pelos Vereadores Antônio Hohlfeldt,
Frederico Barbosa, Lauro Hagemann, Jorge Goularte, Isaac Ainhorn, Flávio Coulon
e Hermes Dutra; pelo Ver. Aranha Filho, de Voto de Congratulações com Ruben
Lubianca, pelo recebimento do título de Perito Criminal Emérito; do Ver. Artur
Zanella, de Votos de Congratulações, com a Tribo de Atuadores “Oi Nóis Aqui
Traveiz”, pela passagem de seus dez anos de atuação; com o Sport Club
Internacional, pela passagem de seus setenta e nove anos; com Teresópolis Tênis
Club, pelo recebimento do título de Soberana das Piscinas; com o Grupo Copagra,
por suas novas instalações inauguradas em Guaíba; do Ver. Hermes Dutra, de Voto
de Congratulações com o Jorn. Adroaldo Streck, pelo seu retorno à Empresa
Jornalística Caldas Júnior; de Voto de Pesar pelo falecimento de Jacqueline
Bicca Ribeiro; do Ver. Isaac Ainhorn, de Voto de Pesar pelo falecimento de
Henrique Faerman; do Ver. Jorge Goularte, de Voto de Congratulações com o
Município de São Gabriel, pela passagem de seu aniversário de emancipação; da
Verª Jussara Cony, de Moção de Repúdio à intervenção do Exército e Polícia
Militar no dia onze de março, em João Pessoa, Paraíba, com a prisão de várias
lideranças democráticas, dirija-se à Assembléia Nacional Constituinte, ao
Congresso Nacional, à Presidência da República, às Assembléias Legislativas e
às Câmaras Municipais de todo o País, no sentido de reafirmar: 1º) que toda e
qualquer tentativa de prorrogação de mandatos de Prefeitos e Vereadores ou de
mandato-tampão é encarada como manobra no sentido de evitar a realização de
eleições municipais em 1988, bem como a tentativa de cooptar os Vereadores e
Prefeitos para teses de mandato presidencial de 5 ou 6 anos para o atual
Presidente da República, antes da votação, nas Disposições Transitórias, pela
Assembléia Nacional Constituinte; 2º) que os trinta e três Vereadores desta
Câmara Municipal desejam e estão empenhados na realização das eleições municipais,
bem como a de Presidente da República, em 1988; 3º) que estão atentos às
articulações das Lideranças da Assembléia Nacional Constituinte e do Congresso
Nacional no sentido da aprovação do substitutivo para regulamentação das
eleições de 1988; 4º) que, de acordo com as decisões da Marcha à Brasília por
uma Constituinte Democrática e Progressista e do XXIV Congresso Nacional de
Vereadores, dirigido pela UVB, estarão na linha de frente contra a prorrogação
de seus mandatos e por eleições em 88, para Prefeitos, Vereadores e Presidente
da República, conclamando as entidades, os partidos, o povo em geral a
participar ativamente nas mobilizações, passeatas e comícios por eleições
diretas para Presidente da República, encaminhado à votação pelos Vereadores Artur
Zanella, Antônio Hohlfeldt, Pedro Ruas, Jussara Cony, Flávio Coulon, Lauro
Hagemann e Rafael Santos; solicitando que seja efetuado ato público contra a
prorrogação dos mandatos de Prefeitos e Vereadores, por eleições em 1988 para
Prefeitos, Vereadores e Presidente da República, nesta Câmara Municipal, dia
doze do corrente, às quatorze horas e trinta minutos; do Ver. Pedro Ruas, Votos
de Congratulações com o Sr. Victor Rhade, por sua posse como Presidente da
Associação Comercial de Cachoeirinha: com o Sr. Cesar Renato Gottfried da Cruz,
por sua posse como Diretor da Associação Comercial de Cachoeirinha. Após, o Sr.
Presidente comunicou a tomada de posse do Ver. Frederico Barbosa, 1º
Vice-Presidente, na Presidência da Casa, em virtude do afastamento do Ver.
Brochado da Rocha, que assume a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Em
prosseguimento, o Sr. Presidente declarou empossado na Vereança, no lugar do
Ver. Brochado da Rocha, o Suplente Cláudio Dubina e, informando que S. Exa. já
prestara compromisso legal nesta Casa, ficando dispensado de fazê-lo,
comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Urbanização, Transportes e
Habitação. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, Projetos de
Lei do Executivo nºs 01; 05/88, discutidos pelo Ver. Artur Zanella; Projetos de
Lei do Legislativo nºs 02; 19; 22/88, discutido pelo Ver. Hermes Dutra; Projeto
de lei Complementar do Legislativo n.º 01/88; Projeto de Resolução n.º 06/88;
em 2ª Sessão, Projeto de Lei do Executivo n.º 126/87, discutido pelo Ver. Artur
Zanella; Projetos de Resolução nºs 07; 09/88; Projetos de Lei do Legislativo
nºs 18; 21; 08; 15; 16/88; Projetos de Resolução nºs 05; 01/88, discutido pelos
Vereadores Hermes Dutra e Flávio Coulon; Projetos de Lei do Legislativo nºs
07/88, discutido pelos Vereadores Artur Zanella e Hermes Dutra; 12/88. Em
COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Ver. Frederico Barbosa agradeceu as congratulações
recebidas em face de sua posse na Presidência da Casa, em virtude do
afastamento do Ver. Brochado da Rocha, que assumiu a Prefeitura Municipal.
Discorreu sobre o significado deste fato tanto no âmbito familiar quanto no que
se refere a sua carreira política, analisando os vários aspectos do mesmo. Ao
finalizar, declarou que esta Casa se orgulha pelo fato de seu Presidente Ter
assumido a Prefeitura Municipal e disse estar convicto de que o mesmo realizará
um trabalho a altura do cargo que ora ocupa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver.
Flávio Coulon denunciou a greve dos distribuidores de gás, uma vez que as
empresas fornecedoras desse produto, ou possuem em estoque, estão sonegando a
venda. Solicitou providências dos órgãos competentes e alertou à população para
que se dirija a Delegacia de Consumo, caso sejam verificadas irregularidades.
Comentou notícia publicada no Jornal do Correio do Povo, de hoje, de que a
Secretaria Municipal de Obras e Viação estaria devastando o Morro da Polícia,
falando da possibilidade de correlação dessa devastação com o aterro que a
Prefeitura está fazendo na Ilha da Pintada, analisando o assunto. Ainda durante
a ORDEM DO DIA, foi aprovado Requerimento do Ver. Nilton Comin solicitando que
o processo n.º 2516/85 (Projeto de Lei do Legislativo n.º 137/85) seja
desarquivado e retomada ou renovada a tramitação regimental. Durante os
trabalhos o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Artur
Zanella, a respeito do Requerimento do Ver. Antônio Hohlfeldt, solicitando
convocação do Diretor-Geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos; sobre
a posse do Ver. Frederico Barbosa na presidência da Casa; do Ver. Antônio
Hohlfeldt, sobre a indicação do Ver. Cláudio Dubina na Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação; do Ver. Aranha Filho, a respeito do art. 154,
Parágrafo 2º do Regimento Interno. Verificada a inexistência de “quorum”, o Sr.
Presidente levantou os trabalhos às dezessete horas e treze minutos, convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Frederico Barbosa, Luiz Braz,
Gladis Mantelli, Rafael Santos e Lauro Hagemann, e secretariados pelos
Vereadores Lauro Hagemann e Jussara Cony, a última Secretária “ad hoc”. Do que
eu, Lauro Hagemann, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente
e 1ª Secretária.
O SR. PRESIDENTE (Frederico
Barbosa):
Havendo “quorum”, declaro abertos os trabalhos da presente Sessão.
Submetemos ao Plenário Requerimento de autoria do Ver. Paulo Sant’Ana,
solicitando a inversão da ordem dos trabalhos.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Ainda há dois Requerimentos para serem votados: de autoria da Verª
Jussara Cony, de Moção de Repúdio à intervenção do Exército e Polícia Militar
no dia onze de março, em João Pessoa, Paraíba, com a prisão de várias
lideranças democráticas; solicitando que a Câmara Municipal de Porto Alegre,
através de todas as suas lideranças democráticas, dirija-se à Assembléia
Nacional Constituinte, ao Congresso Nacional, à Presidência da República, às
Assembléias Legislativas e às Câmaras Municipais de todo o País, no sentido de
reafirmar: 1º) que toda e qualquer tentativa de prorrogação de mandatos de
Prefeitos e Vereadores ou de mandato-tampão é encarada como manobra no sentido
de evitar a realização de eleições municipais em 1988, bem como a tentativa de
cooptar os Vereadores e Prefeitos para teses de mandato presidencial de 5 ou 6
anos para o atual Presidente da República, antes da votação, nas Disposições
Transitórias, pela Assembléia Nacional Constituinte; 2º) que os trinta e três
Vereadores desta Câmara Municipal desejam e estão empenhados na realização das
eleições municipais, bem como a de Presidente da República, em 1988; 3º) que
estão atentos às articulações das Lideranças da Assembléia Nacional
Constituinte e do Congresso Nacional, no sentido da aprovação do Substitutivo
para regulamentação das eleições de 1988; 4º) que, de acordo com as decisões da
Marcha à Brasília por uma Constituinte Democrática e Progressista e do XXIV
Congresso Nacional de Vereadores, dirigido pelo UVB, estarão na linha de frente
contra a prorrogação de seus mandatos e por eleições em 88, para Prefeitos,
Vereadores e Presidente da República, conclamando as entidades, os partidos, o
povo em geral a participar ativamente nas mobilizações, passeatas e comícios
por eleições diretas para Presidente da República.
Em votação. Para encaminhar, Ver. Artur Zanella, pelo PFL.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, no encaminhamento desta Moção, eu creio que é o momento também de
se discutir algumas coisas sobre esses assuntos de prorrogação de mandatos. Eu
sei que o meu mandato é de seis anos. Somos a favor das eleições deste ano. Mas
também nós queremos colocar claramente que nossa posição é de um cumprimento da
Lei e não somente como está sendo montado esse circo no País, para que as
eleições municipais sirvam para o povo brincar, se divertir um pouco, enquanto
o Presidente da República fica cinco ou seis anos, porque se houver eleições
para Prefeitos e Vereadores este ano, os senhores não se iludam, vai ter seis
anos para o Presidente Sarney.
Queremos deixar bem claro, também, que hoje aflorou finalmente o que se
pensa em Brasília, por um Deputado, inclusive, do PFL, Líder de Bancada, que
propõe dois anos para os Vereadores e Prefeitos, para que em noventa novamente
parta para a eleição, para que nós terminemos servindo de cabos-eleitorais de
luxo para os Deputados.
Também, nós queremos deixar bem claro de que nós somos a favor das
eleições gerais para que não haja o estelionato político que houve nesta última
eleição. Quem sabe se o Sr. Governador do Estado, que diz todos os dias que é
Parlamentarista, que, se por acaso estivéssemos num regime parlamentarista, os
Governadores e os Presidentes que não estivessem de acordo com a população
sairiam. Pois é exatamente o momento atrasado e certo para o Sr. Governador do
Estado entrar, de novo, numa eleição, mas não com o Plano Cruzado atrás.
E também a nossa Bancada tomou posição, nós queremos que todos aqueles
que vêm a esta tribuna dizer que vão renunciar, que encaminhem à Presidência da
Casa o seu papel, assinado, dizendo que vão renunciar. Estamos cansados de
pessoas que vêm fazer propaganda eleitoral aqui em cima. Também queremos deixar
bem claro que esta legislação de emergência que está se propondo aí vai
transformar a nossa eleição num caos em termos de prazo, em termos de filiação
partidária, e nós vamos para a eleição, porque está marcada. Queremos deixar a
nossa posição de que vai se cometer um desatino em termos de preparação de
eleições. Já vimos projetos que vedam a participação de eleições para os
Partidos que não têm o registro definitivo. Isto vai fazer com que o Ver. Jorge
Goularte, por exemplo, não possa concorrer. No Projeto que está lá, do Dep.
Adylson Motta, os Partidos que não tem registro definitivo não poderão
concorrer. Precavenham-se, também, os Partidos que estão com as suas siglas em
discussão, porque vão aparecer coisas desse tipo. Nós não estamos tratando com
diletantes na política, estamos tratando com profissionais que, na hora de
salvarem as suas peles e os seus mandatos, vão jogar os Vereadores numa eleição
em que teremos que responder pelos atrasos da Assembléia Nacional Constituinte,
pela CPI, pelo genro do Sr. Presidente. Vamos responder pelos Deputados
pianistas, vamos responder por tudo isto, e vamos, tranqüilamente, para as
eleições, mas queremos, repito, as eleições gerais. O Deputado Ibsen Pinheiro
está tão apressado em aprovar projetos que viabilizem eleições, que apresse
também a Assembléia Nacional Constituinte, apresse o seu Partido, que tem
maioria naquela Casa, apresse a extinção da Corte de Apelação, conforme me
lembra o Ver. Raul Casa, que apresse a votação do mandato do Sr. Presidente da República,
que está sendo negociado lá em Brasília. Enquanto isso, para divertimento da
população, os Vereadores e Prefeitos vão se candidatar, o que eu acho adequado
e correto, porque já está marcado e temos que cumprir a legislação. Mas
esperamos que todos cumpram. E, no que me concerne, acho que tínhamos que
fazer, também, uma campanha pessoal para todos os Deputados que querem salvar o
seu mandato, que querem dois anos de mandato para nós, para que possamos
trabalhar para eles gratuitamente, que coloquemos todos eles numa lista negra,
para que, em 1990, nós saibamos para quem nós vamos trabalhar na próxima
campanha eleitoral. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz):
Encaminha, pelo PT, o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, há alguns dias, inclusive neste Plenário, algumas Lideranças
criticaram o Partido dos Trabalhadores pelo fato de haver votado a favor do
Presidencialismo. Quero deixar bem claro à Verª Jussara Cony, minha querida
companheira na luta da Frente Popular, ao Ver. Flávio Coulon, Liderança do
PMDB, que o PT, quando defende o Presidencialismo, mantém absoluta coerência
com a posição que sempre defendeu.
Se há erros eventuais nas questões que hoje enfrentamos, eu acho que
eles começam no dia 25 de abril de 1984, quando se aceitou a eleição indireta
do Sr. Tancredo Neves e abriu-se caminho, com a sua morte, para a presença do
Sr. José Sarney, do Centrão e de tudo isto que nós assistimos no dia de hoje.
Então, com todo o respeito e até porque eu não estava aqui e não pude responder
à Verª Jussara Cony, aos companheiros do PC do B, aos companheiros do PMDB -
que já tem tanto problema dentro do próprio PMDB para resolver que não são eles
que podem criticar o PT - eu queria dizer que a posição presidencialista do PT
sempre foi coerente, ela é antiga, ela é um dos princípios partidários e ela
não tem nenhuma relação com o que hoje se tenta montar na Constituinte, de
prorrogação de mandato. Eu faço esta ponte para poder recuperar algumas
questões mais amplas. Hoje, não sou só eu que assino, junto com a Verª Jussara
Cony, este Requerimento. Hoje, eu não preciso me preocupar, Ver. Artur Zanella,
em auscultar a posição dos Deputados Federais do PT em relação à prorrogação de
mandatos. Eu tenho absoluta certeza, absoluta tranqüilidade, de que os 17
Deputados Federais do PT votam contra qualquer prorrogação, como pretendem
eleições em todos os níveis e como pretendem, inclusive, eleição para
Presidente agora, neste ano, logo depois da Constituinte. Não tem nada a ver
uma coisa com a outra. A nossa posição presidencialista é histórica. Eu admito,
por exemplo, que o PT deverá discutir mais a questão
Presidencialismo-Parlamentarismo. Esta é uma posição pessoal minha, Verª
Jussara Cony, como foi da Deputada Irma Passoni, por exemplo. Mas não é o
Presidencialismo uma posição de última hora do PT, não foi uma posição
interesseira, não foi uma posição de troca de favores do Palácio do Planalto. E
acho que a posição do PDT, aliás, é a mesma coisa, ela é historicamente
presidencialista. Na questão da prorrogação de mandatos, efetivamente, eu acho
que é uma espoliação, é uma violência que se faz. Querem nos tornar coniventes
de um crime contra a sociedade brasileira. Agora, tenho uma preocupação: eu não
sou político de dizer as coisas pela metade ou de dizer uma coisa e pensar
outra, por isto, tenho preocupação com a proposta do Ver. Pedro Ruas, de
renúncia. No meu caso pessoal, o meu mandato é o mandato do meu Partido. Se o
meu Partido decidir, em nível nacional, que nós devemos renunciar,
renunciaremos sem nenhum problema, até porque não fizemos desta Casa profissão.
Agora, me indago se o Partido, se um político, tem direito de renunciar, mesmo
neste caso limite, na medida em que responde por milhares de votos que foram
conferidos numa urna, em certo momento. A pergunta é: se eu renuncio, como
ficam os 20 mil eleitores do PT que em 82 votaram nesta sigla, votaram no
Partido e esperam deste Partido, e deste Vereador, uma posição dentro desta Casa?
A minha posição pessoal é de lutar até o último momento, e acho que fui um dos
primeiros a levantar a questão, ainda no final do ano passado, propondo até com
a ausência da Verª Cony, que estava em Brasília, nas funções da UVB, de que nós
deveríamos iniciar uma mobilização com a UVB, o que já ocorria na ocasião. Não
tenho dúvidas, Verª Cony, porque esta é uma posição pessoal e partidária, e
porque tenho absoluta tranqüilidade de que lá na Assembléia Constituinte, o
PDT, os dois partidos comunistas, parece que o PSB, nós do PT, temos uma
posição tranqüila quanto a isso, não temos discussões, ela é translúcida e será
homogênea e unitária; as divisões subsistem no PMDB, no PDS, no PFL, aí é que
estão as diferenças, as contradições, e por isso é importante a manifestação do
Ver. Zanella, nesta Casa, como na Assembléia Legislativa, e hoje pela manhã
ouvi o Dep. Germano, dos 55 deputados, 52 assinam o documento contrário à
prorrogação de mandatos. Acho que mais uma vez o Rio Grande do Sul firma uma
posição de maturidade e de seriedade política, e esta Casa, espero eu,
unitariamente, pelos seus 33 Vereadores, inclusive os Vereadores suplentes -
que terão a dignidade de não temerem a urna em 88 e de buscarem um mandato
efetivo, não que este não o seja, e digo com muito respeito, os suplentes sabem
disso - Ver. Kenny Braga, Pedro Ruas e demais companheiros, porque vem atuando
com eficiência e não tem porque temer o voto na urna no final do ano; são os
que mais querem, porque terão uma oportunidade de agora receber a resposta
daquilo que fizeram nesses anos de substituição eventual. Me parece que é
importante essa proposta, a discussão, e mais, é importante a liderança desta
Casa, junto às demais Câmaras de Vereadores do Rio Grande do Sul, porque,
inegavelmente, Porto Alegre, como capital, é um referencial.
Eu queria assinar embaixo da proposta da Verª Jussara Cony em meu nome
pessoal e em nome do meu Partido, porque eu tenho absoluta tranqüilidade quanto
a esta questão, nós não temos dúvidas quanto a esta questão.
Agora acho, sinceramente, Srs. Vereadores, que precisamos de uma
mobilização muito forte para que não se tenha um discurso, como ouvimos nos
últimos dias do Dep. Irajá Rodrigues, por exemplo, que não teve sequer coragem
de assumir o que por debaixo do pano vinha fazendo: orientando os Srs.
Prefeitos, que fiquem tranqüilos, porque vão ficar por mais um ou dois anos. E
o Ver. Zanella agora referiu um fato que era o meu palpite: que não vão propor
um ano de prorrogação, quem faz um, faz logo dois. Como também quem discutiu
cinco anos, vai propor logo seis para o Presidente Sarney. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, pelo PDT,
o Ver. Pedro Ruas.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, a proposta da Verª Jussara Cony, evidentemente, merece, de todos
nós, Vereadores desta Casa, total e irrestrito apoio, na medida em que prevê,
justamente, a posição que pregamos várias vezes desta tribuna, que vários
Vereadores pregaram desta tribuna, qual seja, a de que nós, mandatários populares
de Porto Alegre, temos a obrigação de nos mobilizarmos juntamente com a
sociedade, contrariamente, a este verdadeiro estelionato político que é a
prorrogação de mandato nesta situação, nesta ocasião, para todo o País. Por
trás disso, Srs. Vereadores, está, certamente, a manobra espúria, subterrânea,
de se conseguir os cinco anos para Sarney com a eventual conivência de quem
teria seus mandatos prorrogados. Coloca bem o Ver. Antonio Hohlfeldt, quando
diz que a possibilidade de renúncia coletiva que foi por este Vereador aventada
deve ser examinada corretamente no seio, a nível interno de cada Partido para
os seus parlamentares.
Aliás, coloca tão bem o Vereador, que me dá oportunidade inclusive de
dizer que jamais propus, Ver. Antonio Hohlfeldt, ou em qualquer outro local,
renúncias individuais de mandato. Propus, isto sim, a hipótese de se examinar a
renúncia coletiva de mandatos caso nos colocassem na situação constrangedora de
nos tornarmos biônicos e coniventes com os cinco anos de José Sarney. Jamais
propus, Ver. Antonio Hohlfeldt, nem para cada Vereador, nem para este Vereador,
renúncias individuais, propus, isto sim, a possibilidade de se examinar essa
medida em caráter coletivo, na medida em que nós tínhamos a obrigação de
examinar toda e qualquer possibilidade, caso derrotados na luta contra a
prorrogação, de não sermos, nós também, colocados na situação vexatória de
conivência e de, talvez, co-autoria até, de uma situação desse tipo que nos
colocava, a nós, em juízo, em jogo com a sua própria dignidade. Chamo a
atenção, neste momento, para o fato de que a proposta da Verª Jussara Cony
consegue, ao que parece, unanimidade da Casa, o que para todos nós é importante
e para a própria Casa, que dignifica a sua atuação. Agora, estranho a posição
do PFL, Ver. Artur Zanella, com todo o respeito, na medida em que a proposta é
justamente de um Deputado Federal do seu Partido. Então, essa proposta, que
parte de um Deputado Federal do PFL, merece não só o repúdio da própria Bancada
do PFL nesta Casa, que está sendo expresso, mas um repúdio de toda a sociedade
brasileira, e a proposta da Verª Jussara Cony coloca todos nós, finalmente,
numa posição ostensiva – e essa é a primeira medida de várias que se seguirão –
contra essa manobra espúria, contra esse estelionato político, contra essa
situação constrangedora em que são jogados Vereadores que não pediram essa
prorrogação e passam a ser jogados na opinião pública como eventuais
privilegiados de uma situação que não quiseram, pelo menos jamais pediram
formalmente. Agora, para todos nós cabe endossar a proposta da Verª Jussara
Cony, que representa o sentimento da Casa, que representa o sentimento dos
Vereadores como um todo, e esclarecer de uma vez por todas: as medidas devem
ser sempre examinadas coletivamente, e o que falei, Ver. Artur Zanella, jamais
foi intimação a qualquer Vereador e nem a este que está na tribuna, de atitudes
individuais, isoladas ou quixotescas. Falei, isso sim, que após a prorrogação,
se houver, porque nós lutaremos contra até o fim, cabe a cada um examinar,
dentro de seu partido, dentro de suas coletividades, o caminho que deve seguir.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, a Verª
Jussara Cony.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a Câmara Municipal de Porto Alegre, neste momento, através da
unanimidade que está sendo trazida por todas as Bancadas a esta tribuna,
participa de forma objetiva, mais uma vez resguardando uma tradição desta Casa,
na luta por liberdade e democracia, não de agora, mas de épocas anteriores em
que os legislativos brasileiros foram massacrados e dominados pelo Poder
Executivo, retiradas suas prerrogativas, os famosos Executivos fortes que nada
mais são do que ditaduras disfarçadas.
A Câmara Municipal de Porto Alegre, neste momento, desencadeia para
todo o País, para todas as Câmaras, a necessidade de uma efetiva participação
dos Vereadores contra as manobras que vêm do Poder Executivo, de setores
reacionários, do Centrão, dos ministros do Sr. José Sarney, principalmente dos
militares, manobras que vêm dos latifundiários e de todos os setores que querem
entravar o processo de real e efetiva conquista democrática em nosso País.
Tentam evitar eleições municipais em 88, porque sabem que elas são decisivas no
processo de conquista da democracia. Tentam cooptar 400 Prefeitos e 48 mil
Vereadores, na tentativa de prorrogação dos nossos mandatos para uma
prorrogação, para uma permanência do governo ilegítimo por mais um ou dois
anos.
Os Vereadores brasileiros em diversas oportunidades têm-se manifestado
contra a prorrogação. Entendemos que, e por isso esta Moção, vai além da
questão da prorrogação. Nós dizemos nesta Moção que não queremos a prorrogação
porque ela é uma manobra espúria, para nos cooptar para um mandato que nem
sequer foi decidido. E que vai ser decidido no capítulo das Disposições
Transitórias da Assembléia Nacional Constituinte. No sentido, inclusive, que
façamos parte da agressão à própria soberania da Assembléia Nacional
Constituinte.
Estamos também requerendo, nesta Moção, e colocando a posição firme dos
Vereadores, de que nós queremos as nossas eleições, que nós só aceitamos uma
prorrogação: aquela que venha através do voto popular. Estamos dizendo, também,
que queremos as eleições diretas para Presidente da República. Estamos dizendo
que estaremos atentos ao que hoje ocorre, através de uma reunião de lideranças
que ocorreu ontem, no Congresso Nacional, e que tem, como relator do
Substitutivo de diversos projetos de Deputados de diversos partidos, o Dep. Ibsen
Pinheiro, que estaremos atentos a esse processo de regulamentação no Congresso
Nacional das eleições gerais de 1988.
E diz bem o Ver. Zanella quando vem a esta tribuna e levanta uma série
de questões, nos faz atentar para uma série de manobras que estão em curso hoje
no sentido da prorrogação desses mandatos, da não-realização das eleições, e
fundamentalmente, do entrave do processo da conquista da democracia, que nós
não estamos entravando, pelo contrário, temos dado mostra nesta Casa, os 33
Vereadores. Há quinze dias atrás, nós nos postávamos pela soberania da
Assembléia Nacional Constituinte, e levávamos esta posição a Brasília, em nome
desta Casa. Esta Casa não está entravando o processo da democracia, das
eleições, pelo contrário, esta Casa tem tido este posicionamento, e unânime,
Srs. Vereadores. Ao contrário, infelizmente, da Assembléia Legislativa, que
faltaram três deputados do PMDB. Esta Casa por unanimidade se posiciona a favor
da liberdade, da democracia, da participação do povo. E neste momento
dignificamos todos os 33 Vereadores para que o nosso povo possa, assim como
nós, como cidadãos deste País, eleger diretamente o Presidente da República,
por certo muito mais comprometido com os interesses do povo do que o Presidente
José Sarney.
Então, é nesse sentido que o encaminhamento por todas as Bancadas da
aprovação desta Moção - que tem a nossa autoria, mas representa esta Casa
Municipal - dignifica o Poder Legislativo. E, tenho absoluta certeza,
colaborará no processo da conquista da liberdade e democracia. Assim, estaremos
inseridos na luta e na unidade que se iniciou ontem - e é importante que seja
dito nesta Casa - na Prefeitura Municipal, com todos os Partidos políticos, com
as entidades democráticas populares, com a OAB, para botarmos a campanha para
eleições diretas nas ruas.
Então, no dia 22 de abril, na frente da Prefeitura, com a participação
dos Vereadores, do povo e daqueles que realmente querem fazer esta Nação
avançar. Muito obrigado.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, está se desenrolando neste momento, imagino, a posse do Sr.
Presidente desta Casa como Prefeito Municipal.
Eu consulto à Mesa se não deveria ter havido um pedido de licença do
Sr. Presidente com a posse do seu suplente, porque até agora eu não votei essa
licença.
O SR. PRESIDENTE: Vai ser lida a Ata de
transmissão de posse do cargo de Presidente para o Ver. Frederico Barbosa que é
o 1º Vice.
O SR. ARTUR ZANELLA: Eu temo quanto ao “quorum”
que está diminuindo.
O SR. PRESIDENTE: Acontece que nós não
podemos interromper a Ordem do Dia e não podemos também ler, mesmo a posse do
Ver. Cláudio Tubina, que também está esperando e a Mesa não pode fazê-lo
durante a Ordem do Dia. Estamos esperando somente que os Vereadores façam os
encaminhamentos da tribuna, para que possamos então colocar estes Requerimentos
em votação.
Ver. Flávio Coulon, V. Exa. está com a palavra por cinco minutos.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, é por demais óbvio, a Bancada do PMDB só poderia vir a esta
tribuna, como vem, efetivamente, no sentido de encaminhar favoravelmente ao
Requerimento da Verª Jussara Cony e se somar a todas as palavras que aqui foram
ditas em defesa das eleições municipais, ainda neste ano de 1988, conforme marca
o calendário. E no sentido de antecipação das eleições presidenciais também
para 1988, com mandato de quatro anos para o Presidente Sarney.
De modo que, para não me alongar e no sentido de colaborar, no sentido
de que os trâmites legais de posse do novo Presidente desta Casa como Prefeito
interino, eu deixo aqui marcada a nossa posição, totalmente favorável ao
encaminhamento deste Requerimento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo PCB, o Ver.
Lauro Hagemann, V. Exa. está com a palavra.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, serei absolutamente breve, apenas para deixar o registro formal nos
Anais da Casa. Reitero a posição transparente, conhecida, do Partido Comunista
Brasileiro a respeito deste tema. Nós apoiamos o Requerimento da Moção
apresentada pela Verª Jussara Cony. Não temos nenhuma restrição, porque é nossa
posição partidária conhecida há muito tempo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo PDS, Ver. Rafael
Santos. V. Exa. está com a palavra.
O SR. RAFAEL SANTOS: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, apenas, nós não poderíamos deixar de registrar, em nome da Bancada
do PDS, o nosso integral apoio à Moção apresentada pela Verª Jussara Cony.
Realmente, eu acho que estamos assistindo a um fato de substancial
importância que está ocorrendo em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, que é a
união de todas as forças políticas, de todos os partidos políticos, em torno de
uma idéia, em torno de um princípio, em torno de uma propositura. Acho que o
Rio Grande do Sul só poderá se engrandecer perante a Nação no momento em que
todas as suas forças políticas se unem em defesa de um princípio extremamente
democrático, de um princípio extremamente saudável para a própria consolidação
da democracia, que é o princípio da eleição direta. Por isso, nós queremos
deixar registrado aqui, ainda que rapidamente, o integral apoio da Bancada do
PDS à propositura da Verª Jussara Cony. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos ao outro Requerimento: de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt,
solicitando que seja convocado o Ilmo. Sr. Diretor-Geral do Departamento
Municipal de Água e Esgotos, para falar a respeito das novas taxas de água na
Cidade, tendo em vista as crescentes e permanentes reclamações, especialmente
de condomínios, sobre tal fato.
Em votação. (Pausa.) Para encaminhar, está com a palavra o Ver. Antonio
Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, embora também sendo votado hoje, este Requerimento foi preparado no
final da semana passada, quando recebemos um abaixo-assinado, com mais de 500
assinaturas de moradores da Vila Nova Restinga, trazido aqui pelo Presidente da
Associação de Moradores daquela área, com a explicação de que os moradores da
Nova Restinga não agüentam mais taxa extra de água. Ontem ainda, à noite, no
programa Câmara e Comunidade, aqueles Vereadores que lá estiveram do começo ao
fim do programa tiveram a oportunidade de serem indagados a respeito desta
situação por alguns moradores e indagados até de modo veemente, assim como,
pelo menos desde o mês de janeiro, um ex-candidato à Câmara Federal, hoje
dissidente do Partido, funcionário do DMAE, cujo nome eu vou omitir porque ele
já foi perseguido nos últimos meses pelo Diretor do DMAE, por ter passado
algumas denúncias, eu sei o nome dele, posso até dizer particularmente ao Ver.
Eliseu, se for o caso, mas como já houve uma perseguição, quero resguardá-lo,
até porque ele está em final de carreira, mas tenho por escrito, pois esse
companheiro já havia denunciado que o DMAE se preparava para aumentar a taxa de
água, em abril, e o faria trimestralmente, assim como denunciava, e isso
motivou um Pedido de Informações meu, que aguardo a resposta para qualquer dia,
de que se está preparando uma derrama de cobranças atrasadas, de taxas de água
de anos na Zona Sul, porque a empresa encarregada de fazê-lo, não o fez; e o
DMAE agora descobriu a diferença, e resolveu cobrar tudo de uma vez só, e os
moradores é que vão pagar o pato. E assim uma série de outras denúncias, e
todas confirmadas, Ver. Adão Eliseu, porque uma das denúncias que recebi, eu
conversei com o Sr. Petersen, por quem tenho respeito, alguém que tem sempre me
atendido, e a todos os Vereadores desta Casa, então, antes de fazer qualquer
denúncia pública, fui conversar com o Sr. Petersen sobre a denúncia, e se
confirmou. O Dr. Petersen tomou a providência cabível, me dei por satisfeito,
mas esse cidadão me antecipava que havíamos caído no conto do pacote, ao
votarmos aqui a redução de 20 para 10 m³ do consumo mínimo de água, e até
tentava organizar um movimento que inclusive entrasse na Justiça para conseguir
voltar atrás. Sra. Presidente, vou esperar o Ver. Isaac encerrar o diálogo.
A SRA. PRESIDENTE (Gládis
Mantelli):
Nobre Vereador Isaac, por gentileza, o orador está solicitando silêncio.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Como me sinto responsável
por essa situação, porque afinal fui um, como todos fomos, que acreditamos nas
informações trazidas pela direção do DMAE, e lembro que os Vereadores Caio
Lustosa e Flávio Coulon, com suas assessorias, passaram aqui quase dois dias
trabalhando com a direção do DMAE.
(Colocações anti-regimentais.)
O problema do Ver. Isaac Ainhorn é que fala em hora errada, em tom
errado e aí atrapalha quem está aqui na tribuna. Eu cedo o aparte a V. Exa. É
que eu não quero misturar cerveja com água. Eu, por enquanto, estou falando de
água, falo de cerveja depois, porque a água já está ruim, se colocarmos cerveja
vai ficar podre. E a este preço que está, realmente, é muito complicado.
O Sr. Jorge Goularte: Mais cara que a cerveja...
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Está mais cara que a
cerveja, Ver. Jorge Goularte, agora a água está mais cara que a cerveja.
Aplicando o aumento de abril, a água fica mais cara que a cerveja. O problema é
que o pessoal quer comprar água a preço compatível de água, Ver. Paulo
Sant’Anna, a cerveja pode vir de brinde, nestas alturas.
Mas como eu dizia, Sra. Presidente, Srs. Vereadores, a Verª Bernadete
Vidal participou no debate ontem à noite, inclusive, eu acho que nós todos
somos responsáveis, Ver. Frederico Barbosa, eu sei que estava se ocupando deste
assunto numa outra direção, quer dizer, vários de nós, na verdade, estamos
sendo procurados, nos últimos dias, por moradores desta Cidade que não agüentam
mais esta situação. E eu termino, Sra. Presidente, apenas pedindo vênia da
Mesa, já que duas vezes tive que ser interrompido, não chegaram nem a ser
apartes. E neste sentido me parece que é importante, do ponto de vista
inclusive político, de resguardo do nosso papel de legisladores, nós
convocarmos o Sr. Diretor do DMAE para que ele explique a situação, para que
ele ratifique as informações ou acrescente dados, aqueles que nos trouxe aqui
no final do ano passado. Agora, realmente, nós não podemos passar nem por
omissos e nem por ignorantes em relação a esta situação e sermos cobrados
quotidianamente desta situação. E, sobretudo, esclarecermos que se afinal a
redução da taxa mínima de água beneficiou ou não as famílias de áreas
periféricas, que esta foi a grande questão, foi o anúncio pago do DMAE em
páginas inteiras de jornais: que o povão ia pagar mais barato. Por isso nós
aceitamos aumentar a taxa de quem consumia mais. Mas agora é o povão que está
pagando mais caro. É a Nova Restinga que está pagando mais caro. É a Vila
Farrapos que está pagando mais caro.
Me parece que a convocação se faz importante para acrescentarmos dados,
para termos as pessoas aqui dialogando com o Diretor do DMAE, e eu sei que o
Dr. Petersen e o Dr. Frederico Barbosa poderão trazer estes dados à tribuna,
sei que o Dr. Petersen não vai se negar a comparecer, como nunca se negou a
comparecer à Casa. E nós teremos, assim, portanto, condições de encaminhar,
concretamente, politicamente, esta questão. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Para encaminhar pelo PFL, o
Ver. Frederico Barbosa. V. Exa. tem cinco minutos, sem apartes.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, como disse o Ver. Antonio Hohlfeldt, numa extrema coincidência nós
trabalhávamos no mesmo sentido, por caminhos diferentes. Ontem à noite, ligando
a “Rádio Sucesso”, no final do programa ouvi a manifestação do Ver. Antonio
Hohlfeldt comunicando à população que estava ingressando com este Requerimento
de convocação do Diretor-Geral do DMAE. Casualmente, por força de denúncias
saídas nos jornais no fim de semana prolongado de Páscoa, estava eu, hoje pela
manhã, das 9 horas até quase 11 e meia, dialogando com o Diretor-Geral do DMAE,
acompanhado de representantes de uma das imobiliárias que denunciou o problema
pela imprensa do Rio Grande do Sul, foi quando, por uma questão de ética e de
honestidade, comuniquei ao Sr. Diretor-Geral do DMAE que, pela Rádio, ouvindo o
Ver. Antonio Hohlfeldt, tinha sido informado deste Requerimento. Recebi, na
hora, a informação de que ele está disposto a vir e a atender imediatamente à
convocação e mais ainda, como já comuniquei ao Ver. Antonio Hohlfeldt e
comunico à Bancada do PDT também, que durante a nossa reunião o Dr. Petersen
iniciou contatos com a PROCEMPA no sentido de que, vindo à Casa a atender este
Requerimento que está em Plenário, se possível, trará um terminal de computador
da PROCEMPA para o Plenário, para que todas as explicações possam ser dadas. E
é isso que nós queremos, Ver. Antonio Hohlfeldt, V. Exa. e todos os que querem
a situação minorada para a população, apesar de a Bancada do PDT não querer dar
atenção aos contatos que fiz hoje pela manhã com o Diretor-Geral do DMAE, que
está disposto a vir à Casa para dar as explicações. E digo mais, para surpresa
minha, porque não temos absolutamente nada a ver quanto à honestidade e à
dignidade do atual Diretor do DMAE, nós, que marcamos a reunião na
segunda-feira passada, fomos surpreendidos pelo Diretor do DMAE que, no momento
em que entrávamos na sala, entregou ao representante da imobiliária, dizendo o
número de economias que aquela imobiliária tem cadastrado no DMAE, o percentual
daqueles que foram “prejudicados”, ou seja, os que pagaram a mais, e o
percentual a menos, ou seja, 24% passaram a pagar mais e 76% daqueles
cadastrados, 1637, da Imobiliária Pilar, que foi a que compareceu e que tinha
feito a denúncia. Este é o dado que trago ao Ver. Antonio Hohlfeldt. A primeira
coisa que fiz, por telefone, no sentido que nós, a Bancada do PFL e toda a
Casa, espero que também a Bancada do PDT, apoiemos o Requerimento do Ver.
Antonio Hohlfeldt, para que tenhamos um amplo e total esclarecimento. Ao mesmo
tempo em que o representante das imobiliárias, que estava comigo no DMAE,
sugeriu, e teve aceito do Dr. Petersen, a possibilidade que a AGADEMI faça um
convite para uma espécie de palestra, de curso, onde todos os síndicos
poderiam, futuramente, ir comparecendo e receber as informações que nós vamos
receber aqui. E que certamente convidando todos, nem todos conseguirão chegar
até a Câmara naquela ocasião.
Encerro, Sra. Presidente, encaminhando favoravelmente. E deixei que o
Dr. Petersen trouxesse à Casa a idéia e a possibilidade de uma divulgação de
uma Central de Informações para o público que hoje está tendo dificuldades,
tendo em vista a mudança dos critérios e a possibilidade futura de nova mudança
de critérios, eis que o DMAE está fazendo testes para emitir uma conta via
computador, que será entregue na frente do usuário dentro dos próximos meses e
se possível dentro desta gestão. Além disso, uma divulgação ampla e total
através do próprio carnê, o que não traria mais ônus, e uma conscientização da
população para o exame do seu hidrômetro, porque as reclamações que estamos
recebendo mostram que a população não tem o costume de fazer o exame, como, por
exemplo, o exame que se faz nas contas da CEEE durante todos os meses, quando
comparamos as leituras. Não há uma conscientização da população. Portanto,
encerrando, e o último item que deixei, Ver. Antonio Hohlfeldt, é a idéia para
que seja avalizada, oficialmente, a leitura, ou seja, que a leitura seja feita
ao estilo em que hoje se recebe, em casa, a distribuição do gás, onde se sabe
que o gás será entregue “tal” dia ou no dia subseqüente, se cair em fim de
semana. Isso também ficou de ser examinado para que se pudesse trazer à Casa,
num fórum competente, para um amplo debate que estava sendo provocado por V.
Exa. e que tive, estando já com esta audiência marcada, a certeza de que era
necessário, pois V. Exa. estava com o Requerimento, ele teria o nosso apoio e o
desejo era somar esforços para um amplo esclarecimento à população sobre o problema
da água e seu custo desde as modificações, eis que a aprovação foi feita por
nós; estamos envolvidos diretamente, portanto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PCB, o Ver.
Lauro Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, na semana passada tive a oportunidade de vir à tribuna para alertar
as autoridades para o que estava ocorrendo sobre a água. Na ocasião, solicitei
que a CEDECON desta Casa convidasse o Dr. Petersen a vir esclarecer algo que
não estava claro, como a cobrança exagerada de excessos de água que a população
não sabe de onde provém. Estou recolhendo diversas contas provenientes de
várias partes da Cidade. Uma delas de um ex-radialista cuja taxa mínima, que
era de cento e cinqüenta cruzados, é agora de trezentos cruzados, e foi
contemplado com uma conta complementar de um mil duzentos e noventa cruzados. É
um absurdo inominável. Por evidente, apóio o Requerimento, dizendo que estava
apenas aguardando uma junção maior de contas para tomar a mesma providência.
Acho que a Casa toda não vai se furtar ao esclarecimento da questão.
Na oportunidade,dizia que esta Casa tem uma responsabilidade, porque
ela votou o aumento da água, no Orçamento, baseada nas informações do DMAE de
que mais de 50% da população porto-alegrense não gastava mais do que dez metros
cúbicos de água por mês e que, portanto, o aumento natural do preço da água
para esta população que gastava menos, seria menos. Acontece que, ou a
estatística do DMAE estava errada, e nós fomos induzidos ao erro, ou está
havendo uma indústria do excesso de água nesta Cidade. Não sei ainda com que
intenções, se isso é culpa do DMAE, se isso é culpa da população. O fato é que
cada cidadão que desconfia que está tendo fuga d’água, ou excesso de consumo,
para solicitar a aferição do hidrômetro tem que pagar 250 cruzados. E são
raríssimas as vezes em que a aferição do DMAE dá razão ao consumidor, então,
ele acaba pagando ainda mais esses 250,00, do hidrômetro, sem obter nenhum
resultado.
Por isso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é absolutamente
indispensável a presença do Dr. Petersen nesta Casa, para nos esclarecer isso,
porque nós estamos em xeque perante a população, porque foi esta Casa que
aprovou, por unanimidade o aumento da taxa d’água para 1988. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
Sra. Presidente, gostaria que V. Exa. me esclarecesse qual o artigo do nosso
Regimento Interno que proíbe que outros Vereadores, a não ser um de cada partido,
possa vir à tribuna encaminhar o Requerimento apresentado.
A SRA. PRESIDENTE: Artigo 154, § 2º, diz o
seguinte: “O Requerimento que dependa de deliberação de Plenário, não sofrerá
discussão, e sua votação poderá ser encaminhada pelo autor e um representante
de cada Bancada”.
Próximo orador para encaminhar, Ver. Jorge Goularte, que encaminha pelo
PL. V. Exa. tem cinco minutos, sem aparte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores, eu acho de grande oportunidade esse Requerimento do Ver. Antonio
Hohlfeldt, que convoca para vir a esta Casa o Diretor-Geral do DMAE, para
esclarecimentos a respeito do problema da tarifa d’água e de outros problemas
em relação à água em Porto Alegre.
Nós todos, Ver. Antonio Hohlfeldt, temos recebido uma gama de reclamações,
exatamente da população mais carente, que está sobrecarregada, pagando o que
não pode pela água.
E eu, aqui, quero me antecipar a algo que vou fazer também em relação à
Fazenda, porque nós também marchamos quanto ao IPTU. O que se votou aqui sobre
IPTU foi algo também que está dando um problema muito sério, há pessoas com
casas enormes e que não pagam nada e há pessoas com casebres que estão pagando.
Isso aí houve um problema sério, nós votamos muito apressadamente e nós
vamos ter que consertar essa situação. O mesmo ocorre com a água, nos foi
pintado um quadro, nós todos tivemos um problema sério, nos preocupamos, nos
foi dado uma informação e não está ocorrendo o que foi informado.
Então, a população está inquieta em relação à água, os preços em
relação ao m³ estão incrivelmente majorados. E, há também uma deturpação no que
concerne ao uso por unidade habitacional. E, eu já estou antecipando: vou fazer
a mesma coisa com o SMF, em relação ao IPTU, nós também marchamos com aquela
jogada de que vamos tirar cem mil e que os pequenos não pagarão. O que está
ocorrendo são inversões: pessoas com grandes residências e isentas; pessoas com
casas pequenas tendo uma dificuldade enorme para pagar.
Então, como a água, o IPTU está nessa situação e eu vou convocar a
Secretária da Fazenda para que nós possamos também acertar esta parte, porque
se nós votamos, nós podemos acertar. Se nós erramos, nós, agora, vamos ter que
revisar esta situação. Eu cumprimento o Ver. Antonio Hohlfeldt pela
oportunidade do Requerimento e me solidarizo com V. Exa. e peço que haja uma
recíproca quanto ao IPTU, porque está havendo, também, uma confusão muito
grande no que concerne ao Imposto Predial. Foi nos vendida uma idéia que era
para isentar 100 mil residências e o que se vê, hoje, é uma confusão
generalizada com proprietários de mansões não pagando nada e proprietários de
casas modestas pagando muito. Alguma coisa está errada.
Ver. Isaac Ainhorn, V. Exa. pode defender o seu Partido, mas tem que
analisar com tranqüilidade o que acontece em relação à Cidade. Nós vamos trazer
todos os dados a esta Casa para que nós tenhamos uma reformulação das votações
que foram feitas apressadamente nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Encaminha pelo PDT o Ver.
Isaac Ainhorn. V. Exa. tem cinco minutos, sem apartes.
O SR. ISAAC AINHORN: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, a Bancada do PDT encaminha favoravelmente ao Requerimento do Ver.
Antonio Hohlfeldt, requerendo a convocação do Sr. Diretor do Departamento Municipal
de Água e Esgotos para vir aqui falar a respeito das novas taxas de água da
Cidade. Em relação ao Diretor do DMAE, Dr. Petersen, dispensar-se-ia até a
convocação, pois o Dr. Petersen tem se colocado sempre à disposição desta Casa,
trazendo dados do computador e, se necessário, trará até o computador.
Realmente concordo, inclusive, que há existência de reclamações, que devem ser
examinadas, com relação à água. Ontem, no programa “A Câmara e a Comunidade”,
este Vereador, que ignorava o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt ... O Ver.
Antonio Hohlfeldt está se portando de forma mal educada no Plenário, agindo
anti-regimentalmente, não ouvindo, e peço à Mesa que desconte do meu tempo as
intervenções anti-regimentais do mesmo. Mas lá no Bairro Jardim Medianeira – a
Verª Teresinha Irigaray estava presente, também – nos comprometemos, ignorando
o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt que, com certeza, precedeu a minha
posição, na condição de Presidente da Comissão de Urbanização, Transporte e
Habitação, de convidar o Secretário Petersen para vir aqui prestar todos os
esclarecimentos. E ele virá aqui com computador, e todos os elementos, para
fornecer os subsídios necessários e os esclarecimentos com relação ao problema
da alteração da taxa mínima de consumo, e acho que aí até podem ser detectados
alguns problemas. E esta Casa também tem responsabilidade, na medida em que
votou favoravelmente a esse Projeto. E nós temos um compromisso, o governo
trabalhista, o governo do PDT, tem um compromisso com a justiça social, e digo
mais: se tiver alguma distorção, não tenho dúvida que o governo socialista do
PDT, na cidade de Porto Alegre, não terá dúvidas em revisar qualquer distorção
que possa haver. Mas com relação ao IPTU, realmente equivoca-se o Ver. Jorge
Goularte, que ainda pensa que é Secretário do Dr. João Dib, na época em que o
povo era massacrado; ele ainda pensa que estamos na época dos Prefeitos
nomeados. Realmente houve uma profunda alteração em relação à política do IPTU
e o Ver. Jorge Goularte, que mora numa mansão, certamente deve estar irritado,
porque está pagando muito imposto predial, mas ele, que é um abonado, deveria
ter prazer em pagar bastante e se queixa. Mas isto é da natureza do Ver. Jorge
Goularte, nós entendemos. Agora, realmente, quem pode mais em matéria de IPTU,
está pagando mais, e quem não pode está sendo, inclusive, isento. São milhares
de habitações na cidade de Porto Alegre que, hoje, estão sendo isentas do IPTU.
E a Secretária Dilma Linhares vem aqui e vai convencer o Ver. Jorge Goularte de
que ele deve pagar bastante e ele, como homem sensível, vai compreender isto.
Agora, com relação ao problema da água, realmente esta Casa deve fazer um
estudo sério. Deve convidar o Diretor do DMAE e, aliás, eu vou convidar o
Diretor da CORSAN, para que venha aqui também.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: Isto é idéia do Presidente
da Casa, não se esqueça.
O SR. ISAAC AINHORN: Se é idéia do Presidente da
Casa, excelente. Mas eu acho importante o estabelecimento de parâmetros, porque
se faz necessário, também, saber quais são os critérios da CORSAN, que tem a
responsabilidade do fornecimento de água para grande parcela da população do
Rio Grande do Sul. Por conseguinte, encaminha a Bancada do PDT favoravelmente
ao Requerimento, achando muito importante a vinda do Sr. Diretor do DMAE, mas
que, evidentemente, até dispensaria. Ele viria até sponte sua.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. TERESINHA IRIGARAY
(Questão de Ordem): Realmente, eu não sei se se constitui uma Questão de Ordem, mas, do
meu ponto de vista, o é. É uma Questão de Ordem firmando o meu posicionamento,
em favor do Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz): Não
é uma Questão de Ordem, Vereadora.
A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Então, uma Questão de Ordem
invalidando um posicionamento anterior, eis que eu assinei esta Lei e, com
humildade, estou confessando que assinei errado, porque eu acho que quando é
400% de aumento ao usuário de Porto Alegre é um assalto ao bolso do
porto-alegrense. Eu estou do lado do Vereador do PT, que conseguiu distinguir
isto aí, pois nós, os outros 32 Vereadores, acho que assinamos isto aí sem ver.
Eu me posiciono a favor do Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt. Um aumento
de 400% não é coisa de um partido popular. Eu estou até contrariando os princípios
do meu Partido, mas acho que no momento em que há um assalto no bolso do
usuário, com um aumento de 400% ou mais, isso se constitui uma barbaridade,
para mim é uma questão de consciência dizer isso agora, aqui, neste Plenário.
O SR. PRESIDENTE: Não se trata de uma Questão
de Ordem, mas sim de uma questão social que está sendo tratada. Pelo PMDB, Ver.
Flávio Coulon.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
V. Exa. desconsiderou a Questão de Ordem da Verª Teresinha?
O SR. PRESIDENTE: Está desconsiderada, não é
uma Questão de Ordem.
O SR. ARANHA FILHO: E retira dos Anais, das
notas?
O SR. PRESIDENTE: Não vejo motivo para
retirar dos Anais. Agora, não é Questão de Ordem, anti-regimentalmente a
Vereadora se expressou.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Saúdo a presença, neste Plenário, das crianças da “Estância do
Piá”.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Gostaria, já que a presidência dos trabalhos, na tarde de hoje, manifesta a
anti-regimentalidade da Questão de Ordem, que se definissem critérios para que
as Questões de Ordem não se transformassem em discursos paralelos, quando isso
não é possível, embora respeitando profundamente os posicionamentos aqui
defendidos pelos Vereadores. Mas nós não podemos transformar a Questão de Ordem
em uma questão social, como acabou de dizer V. Exa. Então, peço que use da sua
imaginação, juntamente com a Mesa, e busque critérios e definições com relação
à Questão de Ordem, e seja como V. Exa. fez, no ano passado, quando se
encontrava na presidência dos trabalhos, requeria a fundamentação legal por
pedido de Questão de Ordem, aliás, foi um critério definido por V. Exa.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. tem razão quando se
manifesta na Questão de Ordem, mas quero apenas dizer a V. Exa. que a Mesa
disse à Verª Teresinha Irigaray que não se tratava de uma Questão de Ordem,
apenas não quis ser deselegante com a Vereadora, cortando-lhe a palavra.
A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Pedi uma Questão de Ordem
no sentido em que “para tempos excepcionais, medidas excepcionais também”.
Vamos arrumar a Questão de Ordem, foi mais uma questão social, realmente, nós
erramos, eu estou...
O SR. PRESIDENTE: Ver. Flávio Coulon, V. Exa.
tem cinco minutos.
O SR. FLÁVIO COULON: Muito obrigado, Sr.
Presidente. Reinicio, então, Sr. Presidente, cumprimentando as professoras
Janete, Adriana e Dulce, da “Estância do Piá”, as crianças que comparecem, e
cumprimentando V. Exa., Ver. Luiz Braz, que é o anfitrião das crianças. Segundo
me informou a professora, elas vieram especificamente lhe visitar e eu lhe
cumprimento, Vereador.
O SR. PRESIDENTE: Que prazer eu tenho em
poder receber as professoras e as suas crianças aqui.
O SR. FLÁVIO COULON: Eu acho que não poderia
ter um princípio de tarde tão magnífico como este. Um simples pedido, uma
convocação do Diretor do Departamento Municipal provocou tantas revelações e
tão gratas revelações. Assim en passant acaba de aderir ao GUS o Ver.
Isaac Ainhorn. Se confessou aqui socialista. E eu cumprimento a Bancada
socialista do PDT pela brilhante aquisição. Não sei se a Bancada aceita o
Vereador, é problema interno. É outro problema. Em segundo lugar, depois do que
ouvi a Verª Teresinha Irigaray dizer aqui da sua tribuna, até fico constrangido
de falar como PMDB, porque eu acho que eu não conseguiria ser tão oposição como
ela conseguiu colocar aí a sua posição, por quê? Eu até discordo. Vejam os
senhores a que ponto nós chegamos. O PMDB discorda de um posicionamento da
Vereadora pedetista Teresinha Irigaray porque acha que foi duro demais. Eu
quero deixar bem claro que não cheguei tarde ontem no Jardim Medianeira e nem
saí cedo para ir para o programa de televisão. Eu cheguei na hora, no começo, e
fui o último a sair.
Eu confessei no microfone, ontem, da Rádio Sucesso, que eu não me sinto
enganado pelo Engenheiro Petersen. Eu votei conscientemente este Projeto,
dentro de uma projeção que ele nos apresentou aqui. Não só votei como defendi
este Projeto da água, porque fui convencido de que ele era social. Agora, o que
não veio no Projeto, o que não foi votado no Projeto e o que independe desta
Casa são os valores do metro cúbico. Naquele momento, com aquele valor de metro
cúbico, todos nós votamos conscientes de que era, realmente, um Projeto social.
Agora, fiquei surpreso ontem, quando tomei conhecimento dos aumentos violentos
que o metro cúbico da água está sofrendo. Porque aí, sim, o que defasa as
declarações do Engenheiro Petersen aqui, é justamente o brutal aumento de
preços, que modifica totalmente aquela curva. De modo que eu fico muito feliz
em saber que a Bancada do PDT encaminha favoravelmente à convocação do Diretor
Petersen.
A SRA. TERESINHA IRIGARAY
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, para que esta Casa, neste exato momento, faça uma
saudação especial ao novo Prefeito de Porto Alegre que assume nesta hora, nosso
colega, Ver. Geraldo Brochado da Rocha.
O SR. PRESIDENTE: Verª Teresinha Irigaray,
novamente V. Exa. não faz uma Questão de Ordem, muito embora a saudação seja
válida.
Ver. Flávio Coulon, V. Exa. tem um minuto para concluir seu pronunciamento.
O SR. FLÁVIO COULON: Agora, Sr. Presidente, fico
constrangido a saudar o novo Prefeito, esperando que haja um relacionamento
perfeito com o Executivo, que as coisas marchem bastante bem. Pede-me a
Vereadora que saúde o novo Presidente da Casa, Ver. Frederico Barbosa.
Encaminhamos favorável à convocação do Dr. Petersen; também concordamos
com o Ver. Isaac Ainhorn, no sentido de que ele viria independente dessa
convocação, mas acho que o Parlamento está cumprindo uma de suas prerrogativas
e isso enobrece a esta Casa como ao Dr. Carlos A. Petersen. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PDS, o Ver.
Hermes Dutra.
O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, quero chamar a atenção da Casa para um fato muito grave a que temos
de nos dar conta: quando votamos o Projeto de Lei mudando o sistema de cobrança
do DMAE – era sistema de degraus – para uma curva exponencial, este Vereador
veio à tribuna e, em desespero, tentou fazer com que os Srs. Vereadores mudassem
de idéia, porque estávamos aprovando um brutal aumento de água à população de
Porto Alegre. Lamentavelmente não fui ouvido. Como não sou dono da verdade,
recolhi-me, achei que estava errado. Hoje vejo que estava com a razão e tentei
demonstrá-la na tribuna - que, embutida na falsa idéia de que a população de
baixa renda não consumia 20m², e pagava uma taxa mínima de 20m², se reduzia o
consumo mínimo para 10m² e se aplica uma curva exponencial. Denunciei este fato
várias vezes e, o que é mais grave ainda, aprovamos com um único voto contrário
- o deste Vereador - um dispositivo na Lei que dizia o seguinte: “no caso do
consumidor reclamar do DMAE e o DMAE for lá medir o seu hidrômetro, constatado
que o hidrômetro está certo, o DMAE vai cobrar o serviço do usuário”. E o que
está acontecendo aqui? As pessoas não pedem a revisão dos hidrômetros, porque
tem de pagar esta revisão. Este Vereador alertou também, a época, para este
fato gravíssimo. Mas, sou daqueles que, se falo e não me ouvem, meto a viola no
saco e acato a decisão da maioria. E se a Casa errou, tem que ter a grandeza de
corrigir este erro. Agora, o que não podemos, Ver. Antonio Hohlfeldt, é cairmos
na crítica pura e simples ao DMAE, porque ele está, na verdade, executando uma
lei aprovada por esta Casa, com a curva...(Inaudível.)
Ah, Vereador, eu avisava, dizia que era aí que estava o furo, que nós
estávamos dando ao Prefeito um instrumento para ele aumentar a água na hora que
quisesse.
Tentei apresentar duas emendas, uma delas que mantinha o sistema de
degrau até, pelo menos, o consumo de 35m³, tirando a curva exponencial. E uma
outra dizendo que na primeira reclamação do hidrômetro o DMAE não cobraria nada
do usuário. Mas, lamentavelmente, não obtive um voto a favor. Eu podia estar
errado.
Mas, o que quero chamar a atenção é que não podemos começar a cair de
pau em cima do homem, porque ele pode nos jogar na cara que está executando uma
lei aprovada por nós. Sobre a minha conta d’água eu não gosto de falar, porque
tenho uma pequena piscina em casa. Pago mais de três mil cruzados por mês de
água, isto no inverno também. Não é a piscina, porque no inverno não se usa a
piscina. Acontece é que se consumirmos um pouco mais de água, com a maldita
curva exponencial, o que deveria ser aritmético vira geométrico. Não há bolso
que agüente. Mas eu não vou reclamar. Eu sou daqueles que agüento no osso,
porque nós votamos. Agora, ele tem que ser chamado aqui para explicar alguns
casos que a curva não justifica. E, sobretudo, tentarmos sensibilizar o
Prefeito para mudar a Lei, pelo menos, Vereador, até o limite de 30m³, que é o
que a grande parte da população consome. Há dados estatísticos da Organização
Mundial de Saúde que dizem que uma pessoa, para fazer sua higiene pessoal, no
caso se fosse uma família de quatro pessoas, consumiriam no mínimo 25m³.
Então, Ver. Antonio Hohlfeldt, eu apelaria que isso fosse encarado não
simplesmente como uma convocação, mas que nós entrássemos em acordo com a
Bancada do PDT, para que acertássemos a vinda do Dr. Petersen. E eu prometo não
reclamar do meu consumo de água, que é altíssimo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)
Encerrada a Ordem do Dia, o Sr. 3º Secretário dará posse ao Vereador
Suplente Cláudio Dubina.
O SR. 3º SECRETÁRIO: Face ao licenciamento
obrigatório do Sr. Presidente desta Casa para assumir a Prefeitura Municipal,
em virtude do falecimento do Vice-Prefeito, que seria o seu substituto natural,
é declarado sob licença o Presidente da Casa e, conseqüentemente, convocado
para assumir o 1º Suplente pela ordem da Bancada do PDT que é o Ver. Cláudio
Dubina. A Mesa informa ao Plenário que o Ver. Cláudio Dubina integrará a
Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Como já foi prestado
compromisso anterior, a Mesa dispensa o compromisso formal do Ver. Dubina
perante a Casa nesta eventual substituição.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Cláudio Dubina, V.
Exa. está empossado.
Ver. Antonio Hohlfeldt, quero lembrar que a Lei Orgânica do Município
não fala especificamente na necessidade do Vereador Presidente se licenciar no
sentido de assumir a Prefeitura Municipal na ausência do Prefeito. Fica subentendido
que, quando votamos aqui a licença para que o Sr. Prefeito Municipal se
ausente, já se respeite a própria Lei Orgânica, que diz que, na falta do
Vice-Prefeito, o próximo a tomar posse é o Presidente da Câmara Municipal. E,
neste caso, se cumpre apenas a Constituição do Município, que é similar àquilo
que diz a Lei Maior do País.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
O Regimento define que esta Casa funcione com 33 Vereadores e, saindo um, já
está definido que tem que ser convocado o suplente.
O SR. PRESIDENTE: Exatamente.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Eu tenho apenas uma dúvida e gostaria de esclarecê-la. Eu acho que é a
primeira vez que isto ocorre, o Ver. Dubina é colocado na Comissão de
Urbanismo. Por que, já que da Comissão de Urbanismo ninguém saiu? Qual o
critério para que o Ver. Dubina vá para essa Comissão?
O SR. PEDRO RUAS (Questão de
Ordem): A
Questão de Ordem do Ver. Hohlfeldt é pertinente e tento colaborar com a Mesa
dizendo o seguinte: na ausência obrigatória do Presidente da Casa, Ver.
Brochado da Rocha, assume o Ver. Frederico Barbosa, Vice-Presidente, este sim é
integrante da Comissão de Urbanismo. Então é nesta condição que o Ver. Dubina
assume na CUTHAB.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa se apropria da
resposta que o Ver. Pedro Ruas dá, e acho que assim resolve a Questão de Ordem
do Ver. Antonio Hohlfeldt.
Passamos à
PAUTA – DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 98/88 – PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 01/88, que autoriza o Executivo a alienar imóvel de
propriedade do Município a Sérgio Geraldo Jaeger Rocha e sua esposa Lúcia
Beatriz Culau Rocha e dá outras providências.
PROC. 158/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
02/88, da
Verª Teresinha Irigaray, que denomina Ginásio de Esportes Osmar Fortes
Barcelos, “Tesourinha”, o Ginásio de Esportes do Município.
PROC. 285/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 05/88, que autoriza venda de
imóvel, independentemente de licitação, com dação em pagamento, e dá outras
providências.
PROC. 437/88 – PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 01/88, da Verª Gladis Mantelli, que
acrescenta alínea “n” no Artigo 10 da Lei 2.758, de 04 de dezembro de 1964.
PROC. 434/88 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 06/88, da Verª Gladis Mantelli, que concede o título
honorífico de Cidadão Emérito ao coreógrafo e professor de dança João Rolla.
PROC. 487/88 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 19/88, do Ver. Rafael Santos, que proíbe o Poder
Executivo de colocar equipamentos nos logradouros públicos sem a expressa
autorização legislativa.
PROC. 497/88 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 22/88, do Ver. Hermes Dutra, que denomina Rua Paulo
Henrique Ten Caten um logradouro público.
2ª SESSÃO
PROC. 2943/87 – PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 126/87, que autoriza alienação de imóvel a Afonso
Garcia e outras e dá outras providências.
PROC. 442/88 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 07/88, do Ver. Isaac Ainhorn, que concede o título honorífico
de Cidadão Emérito ao Sr. Samuel Burd.
PROC. 479/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
18/88, do
Ver. Hermes Dutra, que altera a redação e acrescenta parágrafo único ao Art. 1º
da Lei nº 5.395, de 05 de janeiro de 1984.
PROC. 491/88 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 21/88, do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Praça
União Territorial Ltda. um logradouro público.
PROC. 371/88 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 08/88, da Verª Jussara Cony, que autoriza o Prefeito
Municipal a criar o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.
PROC. 436/88 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 15/88, da Verª Gladis Mantelli, que estabelece o uso
de crachás de identificação para motoristas de táxi em Porto Alegre.
PROC. 441/88 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 16/88, da Verª Gládis Mantelli, que autoriza o
Executivo a instalar painéis indicativos com mapas de localização em Porto
Alegre.
PROC. 539/88 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 09/88, do Vereador Frederico Barbosa, que institui o prêmio
jornalístico “Maurício Sirotsky Sobrinho”, a ser concedido anualmente.
PROC. 184/88 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 01/88, do Ver. Flávio Coulon, que cria a Comissão de
Fiscalização Financeira da Câmara Municipal, reestrutura o processo de Tomada
de Contas, e dá outras providências (Res. nº 785/83).
PROC. 342/88 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 07/88, do Ver. Pedro Ruas, que estabelece a
exoneração do pagamento da tarifa na falta de troco no serviço de transporte de
passageiros operado por táxi-lotação no Município e dá outras providências.
PROC. 382/88 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 05/88, do Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico de
Cidadão Emérito ao Dr. Fernando Torres Cardoso Saraiva.
PROC. 423/88 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 12/88, do Ver. Hermes Dutra, que denomina Rua Lloyd
de Andrade Polidoro um logradouro público.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Artur
Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
eu noto, novamente, na Pauta do dia de hoje, a predominância de projetos de
alienação e permuta de imóveis. Existe o Projeto que aliena imóvel de
propriedade do Município a Sérgio Geraldo, Projeto que vende imóvel,
independente de licitação, a outra pessoa, outro que autoriza alienação de
imóvel a Afonso Garcia, etc. Então, eu queria dizer que tramitam nesta Casa,
creio, mais de 10 projetos de alienação de áreas, alguns dos quais com a Pauta
feita em ano anterior e que nós não temos uma visão em conjunto destas
alienações, destas permutas e destas vendas. Eu já propus às Lideranças que
constituam, talvez até informalmente, um grupo para análise destes projetos.
Comunico que tão logo cheguem estes projetos para votação, a todos eles
apresentarei um Requerimento solicitando o adiamento da votação por algumas
Sessões, para que se possa, em conjunto, verificar a amplitude desses
processos, alguns com diversos terrenos, em diversos locais. Normalmente esta
Casa – e eu também sou culpado disto – analisa os projetos na hora da votação e
este é um ano de final de governo, creio que esta Casa e seus Vereadores devem
ter um cuidado ainda maior para que não se coloque que estejamos dilapidando o
patrimônio público no nosso último ano de mandato. Lembro, também, a respeito
de um projeto do Ver. Pedro Ruas, que estabelece exoneração de pagamento de
tarifa na falta de troco no serviço de transporte de passageiros operado por
parte de lotação no Município, que há poucos dias também passou, em Pauta,
Projeto de idêntico teor, não lembro de qual o Vereador, mas que simplesmente
arredondava a tarifa, para baixo, caso não houvesse troco, estou tentando
lembrar o Vereador, se era do Vereador Adão Eliseu, ou do Ver. Lauro Hagemann.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite? (Assentimento
do orador.) Para esclarecer: havia Projeto assemelhado do Ver. Lauro Hagemann
e, conversando comigo, ele verificou que o meu Projeto havia ingressado
primeiro na Casa e retirou o seu Projeto.
O SR. ARTUR ZANELLA: Retirou porque quis, porque
regimentalmente não precisava, porque eram dois projetos diferentes.
O Sr. Pedro Ruas: Retirou em função de
entendimento do próprio Vereador de que este Projeto, tendo entrado primeiro,
era também mais abrangente.
O SR. ARTUR ZANELLA: Fico feliz, porque me preocupam
casos em que se vota um projeto sobre um assunto, e uma semana depois, sobre o
mesmo assunto, se altera. Nós conseguimos, uma vez, em 83, eu lembro, era Líder
do PDS o Ver. Hermes Dutra, em que revogamos um artigo praticamente no mesmo
dia, no projeto do Ver. Valdomiro, naquela época, e ficou uma situação,
eticamente, muito discutível para aqueles que haviam votado os dois projetos
semelhantes. E fico feliz ao saber que votaremos somente um, porque eu ia
sugerir que eles fossem votados simultaneamente, para que tivéssemos condições
de um voto mais aperfeiçoado. Pelo que vejo houve um acordo entre os dois
representantes, e encerro lembrando às Lideranças de que é necessário, na minha
opinião, uma cautela extrema na questão das permutas, licitações, alienações de
imóveis, trocas, doações. Há poucos dias, esta Casa estava analisando um
Projeto e depois se soube que era uma doação de 200 milhões de cruzados que nós
estávamos fazendo, que foi devolvido ao Executivo, se tratando do Teatro
Municipal. São mais de 2ha de terra a 200m desta Casa. Então, eu acredito que
além do cuidado normal que devemos ter na apreciação desses projetos, nós
devemos ter, neste último ano de governo, uma atenção ainda maior porque, no
que me concerne, não quero levar, em último ano de governo, a pecha de ser um
dilapidador dos bens públicos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt. (Pausa). Ausente. A seguir, o Ver. Hermes Dutra (Pausa).
Ausente. (Protesto do Ver. Hermes Dutra.) Quero pedir escusas a V. Exa., pois
não havia notado a sua presença no Plenário, muito embora tenha notado a
luminosidade quando V. Exa. usou da palavra. V. Exa. tem 10 minutos.
O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente, eu não sou
merecedor de alvíssaras tantas que V. Exa. me joga, e as devolvo a V. Exa., que
é merecedor, por certo. Mas, me preocupou não tanto a não-visão de V. Exa., se
fosse a Ver. Bernadete Vidal que não me visse, estava certo, agora, metade do
Plenário não me enxergar, comecei a ficar preocupado, Verª Bernadete Vidal, e
olhe que eu não emagreci.
Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero me referir a dois projetos
de minha autoria, que estão em Pauta, de denominação de ruas, que quero
salientar, duas homenagens importantes.
Um refere-se ao Paulo Henrique Ten Caten, colega nosso, candidato a
Vereador, pelo PDS, nas últimas eleições, chegando a assumir seu mandato, como
suplente, que, lamentavelmente, veio a falecer, vítima de doença. Nessa
homenagem, de que sou apenas intermediário, porque é um desejo dos amigos de
Paulo Ten Caten, que faço a denominação da rua, na verdade, quer-se registrar o
valor dos novos na política. Paulo vinha atuando na juventude de meu Partido,
liderando a juventude, mas foi ceifado pela morte, inclusive tirando-o do seio
de sua família, onde deixou mulher e filho.
A outra homenagem é a Lloyd Andrade Polidoro, companheiro Leão,
ex-diretor do Internacional, conhecido colorado na praça, que também foi
colhido pela morte. Assim, são homenagens.
Mas, o nobre Ver. Pedro Ruas tem tido o monopólio das boas idéias, o
que é pecado, sim, a inveja é pecado. O Projeto estabelece a exoneração do
pagamento de tarifa na falta de troco aos serviços de táxi-lotação. Vou emendar
seu projeto abrangendo os táxis. Tenho carro, uso pouco os táxis. Mas, na
última semana fiquei sem carro e usei táxi, cujos preços são pela hora da
morte. O problema de troco nos táxis também é uma questão que deverá ser
acolhida no Projeto. Não vejo mal nenhum em elogiar as leis dos companheiros.
Acho que são boas leis, são bons projetos, como foi do outro, o que apoiei,
inclusive até fazendo força para votá-lo rapidamente.
Mas acho que seria uma boa idéia estendê-lo, também aos táxis, talvez
não com a exoneração total, mas com a fração da tarifa, correspondente a 50 ou
100 cruzados.
Quero, também, referir-me ao Projeto do Ver. Flávio Coulon que cria a
Comissão de Fiscalização nesta Casa. Em primeiro lugar, as mudanças regimentais
- não poderia ser diferente - elas são vítimas de um processo moroso de tramitação.
Não se faz modificação nenhuma no Regimento com menos de três meses. Nós ainda
temos algumas modificações regimentais do ano passado, do Ver. Flávio Coulon,
deste Vereador, do Ver. Frederico Barbosa. A minha é a que cria o acordo de
Lideranças para nós pararmos de votar Votos de Congratulações.
Ia sugerir, Sr. Presidente, que pegássemos os projetos do ano passado e
agregássemos ao Projeto do Ver. Flávio Coulon para tentar uma saída só, porque
se nós vamos ter, no mínimo, cinco comissões diferentes tratando de mudanças no
Regimento Interno, e o que é pior, provavelmente não vamos conseguir fazer
nenhuma mudança, tal será a pulverização de comissões que fará com que nós, no
fim, não aprovemos nem uma nem outra.
Quero saudar o nosso novo Presidente da Casa, que chega neste momento,
receba os meus respeitos, meus cumprimentos, e que faça uma boa presidência
nestes dias que V. Exa., Ver. Frederico Barbosa, estiver aí.
Mas, Sr. Presidente, volto à questão do Regimento Interno, porque
acontece o seguinte: nós estamos num ano eleitoral - e acredito que vão sair
eleições - estamos num ano eleitoral, o que dificulta bastante o trabalho
legislativo, então nós temos que fazer um acordo sobre algumas modificações que
são essenciais ao Regimento.
Eu ia recomendar às Lideranças da Casa e à Mesa, que tratassem de fazer
um acordo sobre essa questão e juntássemos essas cinco comissões diferentes.
Por isso, é necessário que haja um acordo. Se não dá para analisarmos todas as
propostas, pelo menos, vamos analisar as mais importantes. E essa do Ver.
Flávio Coulon, a meu juízo, me parece é uma modificação importante que se tenta
no Regimento, com vistas de aumentar os poderes de fiscalização desta Casa,
que, aliás, na Constituição, na nova redação, não foi aquinhoada de forma
específica com mais poderes. Salva-nos a esperança daquilo que se chama
simetria no Direito Constitucional: quando votarem, hoje ou amanhã, o aspecto
do Poder Legislativo, a nível nacional, nós possamos, depois, trazê-lo para a
Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Mas, até que isso aconteça, temos
que trabalhar com os instrumentos de que dispomos, dentre eles o Projeto do
Ver. Flávio Coulon. Muito obrigado
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PEDRO RUAS (Questão de
Ordem):
Saúdo inicialmente o novo Presidente da Casa, Ver. Frederico Barbosa, desejando
feliz gestão. Ver. Hermes Dutra, agradeço os elogios ao Projeto de autoria
deste Vereador. Saliento que o Projeto de V. Exa., Processo 497/88, que
homenageia o ex-integrante desta Casa, suplente de Vereador, merece de todos
nós o apoio, respeito e incentivo, na medida em que é, também, uma maneira de
homenagear a função pública como um todo. Parabéns, Vereador.
O SR. HERMES DUTRA: Agradeço o aparte de V.
Exa. e encerro. Muito obrigado
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito em
Discussão Preliminar de Pauta é o Ver. Jorge Goularte ausente; Ver. Rafael
Santos, ausente. Ver. Flávio Coulon, presente. Fala como último orador inscrito
em Pauta o Ver. Flávio Coulon. V. Exa. tem dez minutos.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, volto novamente ao tema do Projeto de Resolução que cria a Comissão
de Fiscalização Financeira da Câmara Municipal.
Em primeiro lugar, eu gostaria de me mostrar solidário com a proposta
do Ver. Hermes Dutra, no sentido de que todos esses Projetos de Resolução que
alteram a dinâmica de funcionamento desta Casa fossem realmente consolidados
numa única Comissão, que examinaria a legalidade e o mérito dessas proposições.
Agora, Sr. Presidente, o que é importante e, se for legal e se for
possível, uma iniciativa neste sentido é que realmente as coisas fossem feitas
com urgência. O ano passado encaminhei um Projeto de Resolução a respeito do
funcionamento geral, especialmente do Plenário, modificando profundamente a
dinâmica do trabalho aqui nesta Casa, no sentido de oportunizar aos Vereadores
maior acesso e mais freqüente acesso à tribuna. E, até o momento, decorridos
mais de seis meses, ainda não tive oportunidade de ver debatido esse Projeto,
assim como ouvi falar de um Projeto de Resolução sobre voto de Lideranças em
assuntos de requerimentos e assim por diante, também não vi a coisa prosperar.
Assim como sei que V. Exa., Presidente, também já tem um em tramitação e
colocará um outro também para agilizar a Pauta.
Então, o que eu acho é que a idéia de consolidar isso e nós estudarmos
logo é importante, mas ela precisa ser colocada em funcionamento, porque senão
as idéias se somam e as coisas ficam como estão.
O Sr. Pedro Ruas: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador) Ver. Flávio Coulon, é um breve aparte, apenas para um
requerimento deste Vereador, no sentido de que V. Exa. fale alguma coisa sobre
o Processo 184/88, de sua autoria, na medida em que me parece, ao que conheço e
não conheço o suficiente, extremamente importante e provavelmente digno de
aprovação unânime nesta Casa.
Então, eu peço que V. Exa. fale um pouco, na medida em que nós
poderemos, talvez, aí, ter mais conhecimento e formar juízo definitivo sobre o
mesmo.
O SR. FLÁVIO COULON: É justamente o que eu vou
fazer agora, Ver. Pedro Ruas.
Se nos compulsarmos as atribuições da Comissão de Finanças e Orçamento,
nós veremos que cabe a ela apenas opinar sobre projeto de Orçamento do
Município ou de suas autarquias, abertura de crédito, matéria tributária,
dívida pública e operações de crédito, fixação ou alteração da remuneração dos
servidores municipais, prestação de contas do Prefeito, veto que envolve
matéria de ordem financeira e matéria que envolve alteração patrimonial para o
Município, elaborar Redação Final do Orçamento, acompanhar a execução
orçamentária da Câmara, propondo as medidas necessárias ao seu bom andamento e
elaborar Projeto de Resolução sobre as contas da Câmara. É isto.
O Projeto que eu submeto à consideração da Casa, neste momento, é uma
coisa totalmente diferente, é a criação de uma Comissão de Fiscalização com
poderes efetivos de exercer uma fiscalização sobre as aplicações de recursos do
Município e da Câmara. Vejam V. Exas. que, no momento, nós votamos as dotações
orçamentárias nas diferente rubricas e perdemos totalmente o contato com estas
verbas aqui votadas. Não temos qualquer tipo de controle e qualquer mecanismo
de controle a respeito do que nós votamos no Orçamento. E justamente a minha
preocupação é no sentido de montar uma estrutura dentro da Câmara, que
possibilite à Câmara fazer aquele seu papel fundamental de fiscalização do
Executivo. Não é uma fiscalização do Governo, do Partido “A” ou do Partido “B”,
o que nós estamos queremos, de uma certa maneira, numa escala reduzida, seria
nós termos um pequeno Tribunal de Contas dentro desta Câmara, uma pequena
estrutura montada com técnicos em Contabilidade, em Direito e Economia, que nos
permitisse, a qualquer momento, termos a possibilidade de avaliar qual a situação
do emprego do dinheiro público nos diversos projetos em andamento. Então, no
meu Projeto, atribuo a esta Comissão o poder de requisitar todo e qualquer tipo
de informação ao Executivo e todo e qualquer tipo de informação ao próprio
Presidente da Câmara. Trata-se de uma Comissão de Fiscalização que fiscalizará
não só o Executivo, mas a própria Câmara. Então me parece, Ver. Pedro Ruas, que
vamos resgatar uma das prerrogativas que, ou esta Casa já teve e perdeu, ou
nunca teve, mas que ela precisa ter. Precisamos ter a tranqüilidade, e até para
o Executivo é uma tranqüilidade, porque volta e meia as denúncias que trazemos
à tribuna ou caem no vazio ou são desmentidas ou são respondidas, mas não há
uma certeza a respeito do desenvolvimento dessas denúncias. Então o Projeto
está em tramitação e, evidentemente, está aberto ao diálogo. Ontem à tarde, o
Ver. Clóvis Brum me dizia que, eventualmente, poderíamos fundir a Comissão de
Finanças com essa Comissão, atribuindo à Comissão de Finanças esse tipo de coisas.
Existem várias idéias e justamente o Projeto se baseia nessa idéia fundamental:
fiscalização.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Feito o esclarecimento, que V. Exa. muito gentilmente
atendeu ao pedido deste Vereador, me parece inequívoco que o Projeto é
altamente meritório, e chamo a sua atenção de que prerrogativa, pelo menos em
termos formais, como está sendo proposta, a Câmara nunca teve. Não é que tenha
perdido, ela nunca teve. V. Exa. então crie uma prerrogativa, realmente, e, na
opinião deste Vereador, imprescindível ao real papel do Poder Legislativo de
uma capital como Porto Alegre. Chamo a atenção apenas que, com todo o respeito
a idéia do Ver. Clóvis Brum, me parece que seria mais produtivo manter
separadas as Comissões, conforme consta no Projeto original de V. Exa., na
medida em que este funcionamento específico dessa Comissão de Fiscalização não
se confunde, em princípio, com o da Comissão de Finanças e Orçamento.
O SR. FLÁVIO COULON: Antes de passar o aparte ao
Ver. Clóvis Brum, devo deixar bem claro que foi uma conversa que tivemos, uma
troca de idéias, onde V. Exa. colocou umas idéias sem maiores detalhes do
Projeto, inclusive esse Projeto é um projeto que, de uma certa maneira, já se
adianta no tempo e já imagina que, na próxima Legislatura, tenhamos aqui 41
Vereadores, de tal modo que não desfalcaria as atuais Comissões. Formaríamos,
no futuro, essa nova Comissão - poderíamos desfalcar atualmente - mas
deixaríamos um campo para termos uma bela Comissão para quando tivermos 41
Vereadores.
O Sr. Clóvis Brum: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Flávio Coulon, conversava com V. Exa. hoje à
tarde, muito rapidamente, uma vez que o Projeto estava em Pauta, mas, na
verdade, o seu Projeto é muito oportuno e muito simpático. Simpático porque vem
criar uma função nova na Casa e oportuno porque nós estamos nos deparando - e
eu estou presenciando com mais saudade agora, uma vez que não mais estou
pertencendo à Comissão de Justiça da Casa - com a ausência de documentos nos
Projetos. Era uma normalidade na vida desta Casa os processos todos que
tratavam de autorização para construção de qualquer obra em Porto Alegre virem
com a licitação, com toda a documentação, e podíamos autorizar conscientemente.
Hoje, são feitas muitas obras e eu nem sei a quantas andam. E mais, eu vou
procurar na legislação municipal a lei que autoriza a construção sem passar
pela Câmara, porque, a par da criação desta Comissão, teremos que revogar
algumas leis autorizativas, para que todo elenco de obras que o Executivo
realiza volte a passar por essa Comissão. Eu quero dizer que, efetivamente, a
partir da análise que V. Exa. e o Ver. Pedro Ruas fizeram, eu sou francamente
favorável à criação desta Comissão específica.
O SR. FLÁVIO COULON: Muito obrigado. Encerro o
meu pronunciamento com o aparte de V. Exa
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro
Hagemann):
Com a palavra, o Ver. Frederico Barbosa, em tempo de Presidência.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Sr. Presidente,...
O Sr. Clóvis Brum: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Este Vereador, na sua euforia, quer transmitir a V.
Exa. o nosso regozijo, a nossa alegria em vê-lo Presidente da Casa, ainda que
na substituição eventual do Presidente titular, mas receba as nossas
congratulações e a certeza de que a Casa estará muito bem dirigida.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Muito obrigado, sei que as
palavras vem do coração e da amizade que temos há tanto tempo, quando
iniciamos, há longa data, assumindo uma carreira que foi perseguida por longa
data, e que atingimos, finalmente, e que hoje honra a nós, principalmente,
termos a companhia de todos nesta Casa.
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite?
(Assentimento do orador.) Tenha a certeza de que os seus colegas do PFL, o seu
Partido, também se sentem orgulhosos em ver V. Exa. dirigindo esta Casa.
A Sra. Teresinha Irigaray: V. Exa. permite?
(Assentimento do orador.) Esta Vereadora, em nome da Bancada do PDT, também se
solidariza com a posse de V. Exa. na Presidência desta Casa; esta Casa, hoje,
realmente, está triunfante, jubilosa, eis que um dos seus membros assumiu o
Poder Executivo, Ver. Geraldo Brochado da Rocha, que, politicamente,
historicamente, faz parte da Cidade pelo seu elo tradicional, familiar e
político brilhante com a nossa comunidade. E esta Casa se sente muito feliz, e
a Bancada do PDT também, porque V. Exa., Ver. Frederico Barbosa, é um político
elegante em atitudes, não digo físicas, não, Ver. Hermes Dutra, o Ver.
Frederico está recebendo até como um elogio dado por uma Vereadora, V. Exa. é
elegante nos seus posicionamentos, na sua coerência dentro desta Casa, no seu
pensamento lúcido. Eu, pessoalmente, considero V. Exa. um político brilhante e
me orgulho muito de tê-lo no meu nome pessoal e no nome da minha Bancada, PDT,
e também salientando que o Ver. Pedro Ruas, Vice-Líder, já havia feito
anteriormente, mas não poderia deixar passar a ocasião de saudá-lo, dado o
vínculo fraterno e de amizade que nos une. Eu o saúdo meu Presidente, e sei que
conduzirá esta Casa muito bem.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Muito obrigado, é recíproca
a amizade e o carinho que sei que V. Exa. dedica a mim e também sabe V. Exa.
que lhe dedico.
O Sr. Hermes Dutra: Serei breve, apenas queria
dizer a V. Exa. que estou muito feliz por ver V. Exa. na Presidência desta
Casa. Eu acho que tenho tanta alegria quanto deve ter a Ângela, os seus filhos,
acho que esses pontos, embora até para alguns não pareçam importantes, que
podem ser rotina da Casa, na verdade para pessoas como nós, que não tivemos
acesso, embora fôssemos eternamente culpados do uso do poder, este momento
representa muito. E acho que poucas pessoas podem sentir o que V. Exa. está
sentindo e que eu compreendo. Eu fico muito feliz por ver o que V. Exa. está
sentindo e que eu compreendo. Eu fico muito feliz por ver V. Exa. na
Presidência da Casa, meu abraço. Muito obrigado, Vereador.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Na verdade, Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, inclusive Presidente em exercício dos trabalhos, eu há pouco
consultava a experiência e o carinho que tenho e devoto ao Ver. Lauro Hagemann,
no sentido de que assumi como Presidente o tempo de Presidente e me obrigaria a
falar algumas coisas do momento, em si, eis que pretenderia falar sobre o
assunto tratado pelo Ver. Flávio Coulon. Então, quero, muito rapidamente, dizer
dos elogios recebidos, acima de tudo, de amigos, porque considero a todos
amigos e jamais conseguirei ter qualquer companheiro desta Casa a não ser como
amigo, eis que a minha intenção, na passagem de minha curta vida pública, tem
como ambição única e exclusiva continuar a ser Vereador, porque gosto de ser
Vereador da Cidade. Não poderia deixar de dizer que esta Casa está honrada pela
maneira com que, neste momento, o Presidente da Casa está dirigindo a cidade de
Porto Alegre. Certamente não podemos esquecer que o infausto acontecimento que
nos roubou há pouco tempo o Vice-Prefeito de Porto Alegre, o ilustre
companheiro, amigo, que tanto carinho também dediquei e dedico a sua memória, o
ex- Vereador e sempre Vereador Glênio Peres, falecido, faz com que hoje o
Prefeito de Porto Alegre seja o Ver. Brochado da Rocha. E como cheguei, há
pouco, para a posse do Ver. Brochado da Rocha, sentindo chegar junto com ele
alguns familiares que são meus familiares, não posso deixar de dizer do orgulho
e certamente da hierarquia que nós seguimos na família. Sou obrigado a falar em
termos pessoais, desde o velho Otávio Rocha, avô do atual Prefeito neste
momento, de Porto Alegre, meu bisavô. Depois, o meu tio e tio do Geraldo,
Antônio Brochado da Rocha, meu padrinho. Hoje vejo meu primo, o Presidente da
Câmara, primo do Ver. Aranha Filho, assumir numa hierarquia que certamente a
família há muito tempo não estava pensando e que por força do destino chega,
hoje, à Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Então, certamente, a emoção que
seria a satisfação pura e simples de ver o colega e o Presidente da Casa tem,
em mim, um motivo a mais para sentir o que hoje o Presidente da Casa está
sentindo e todos aqueles que nos cercam por laços familiares. Portanto, eu me
sinto realmente muito pequeno e, neste momento, volto a agradecer de público -
e eis que chega o Líder da Bancada - a confiança que a minha Bancada teve em
ratificar o meu nome como indicação para Vice-Presidente da Casa, hoje exercendo
a presidência, e tenho absoluta consciência de que esses três ou quatro dias
têm que ser feitos como missão e cumprimento daquilo que o Presidente da Casa
vinha realizando tão bem como tem se colocado na função de dirigente deste
Poder Legislativo que representa a capital do Estado do Rio Grande do Sul.
O Sr. Raul Casa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ilustre companheiro Frederico Barbosa, na condição de
Líder da nossa Bancada é para mim, realmente, não apenas gratificante, mas um
momento de muita emoção poder saudá-lo como Presidente de um Poder do nosso
Município. É o coroamento, Ver. Frederico, de toda uma longa jornada política;
é o coroamento de uma atividade que o consolida como um dos excelentes líderes
da comunidade de Porto Alegre. E o Partido da Frente Liberal, cuja Liderança
tenho a honra de exercer, sente-se gratificado e satisfeito em ver que um de
seus integrantes atinge esse posicionamento, mercê de seus méritos, mercê de um
passado que o dignifica e mercê também da unanimidade da simpatia que tem nesta
Casa. Como Líder da Bancada do PFL, repito, sinto-me orgulhoso e feliz em ver
V. Exa. na presidência desta Casa. Tenho certeza de que é apenas um degrau na
longa e brilhante trajetória que V. Exa. cumprirá, ainda, na atividade pública.
Se Deus quiser, teremos o PFL com V. Exa. e outros integrantes à frente dos
destinos da nossa Capital, como está tendo agora à frente do Legislativo de
Porto Alegre. Parabéns a V. Exa. Parabéns a sua família que o acompanha e o
estimula de uma maneira tão comovedora. Como Líder da Bancada do PFL, sinto-me,
repito, orgulhoso e feliz em ver V. Exa. nessa posição.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Agradeço, mas tenho o
hábito – alguns dizem defeito, e o acho até – de falar com o coração. Mas devo
dizer publicamente que não seria Presidente desta Casa não fosse a inteligência
de V. Exa. como grande Líder que é da nossa Bancada, pública e notoriamente um
homem de diálogo e que com sua capacidade de trabalho tem conseguido levar
nossa Bancada a uma posição de destaque dentro da Capital do Estado do Rio
Grande do Sul, como segunda bancada que adquiriu essa expectativa, pois que
todos nos olham, hoje, como alguma bancada que decide posições nesta Casa. Isso
graças à inteligência e capacidade do seu trabalho.
O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em nome do PL e meu pessoal, também cumprimento V.
Exa. Fomos companheiros por muitos anos, seremos por outros tantos, porque nada
nos separa, especialmente siglas partidárias. Isso jamais nos separará, como
não nos separa do Raul, do Martim, da Bernadete, do Zanella, enfim, nós todos
que nos elegemos pelo PDS, que somos amigos de muitos anos e que nos
respeitamos. Cumprimento V. Exa. e o Partido de V. Exa., a família fica feliz
com esta ascensão. E espero de coração que V. Exa ainda atinja outros projetos
e outros planos mais altos ainda, porque V. Exa. merece pela competência e pelo
gabarito que tem.
O SR. FREDERICO BARBOSA: V. Exa. sabe o quanto torci
pela carreira de V. Exa. e o quanto lutamos juntos.
Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no final do pronunciamento,
gostaria de tecer alguns comentários sobre o assunto que discutia na tribuna o
Ver. Flávio Coulon, quando levantava problemas referentes a alguns projetos, um
de minha autoria, tramitando, e tantos outros que poderiam ser unidos num exame
global. Na verdade, estou convicto, Ver. Flávio Coulon, e foi a V. Exa. o
primeiro que consultei, que devo colocar uma das idéias que tive em discussão
no Plenário. E essa idéia é muito simples, é uma tentativa que o Plenário
examine a possibilidade de desobstruirmos a Pauta e não termos que realizar
inversões na Ordem do Dia. E é muito simples, tirando-se o artigo que fala
sobre a Pauta, excetuando-se às terças e quintas, e acrescentando-se trinta
minutos apenas nas Sessões de terças e quintas, que necessita de 11 Vereadores
e a Pauta idêntico número, nós teríamos, em 30 minutos, analisado nas terças e
quintas o período de Pauta. O que, certamente, com os três dias necessários
para a maioria dos projetos, nós poderíamos, caso existissem problemas nas
segundas, na terça nós ainda teríamos uma reserva técnica para discutirmos a
Pauta e desobstruirmos, como às vezes temos, como na semana passada, mais de
quinze ou vinte projetos aguardando uma possibilidade de discussão, aguardando
que o Ver. Clóvis Brum, eu e outros Vereadores tenhamos que pedir a inversão
para que a Pauta possa ser desobstruída.
Então, essa é uma idéia que trarei ao Plenário para uma ampla
discussão, e quem sabe, que suscite o levantamento de outros problemas e possa
se aprimorar isso que está no Regimento.
O Sr. Clóvis Brum: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) O que me preocupa, Ver. Frederico Barbosa, é que a
inclusão da Pauta nas terças e quintas-feiras, já dado o número de Lideranças
que usam da tribuna nesses dias, e mais o período das Comunicações, possa
prejudicar o trabalho das Comissões Permanentes. E isso atrasaria, e muito, o
trabalho das Comissões Permanentes.
Acredito que deveria se estabelecer, então, uma inversão do Regimento
Interno, viabilizando que antes da Ordem do Dia corresse Pauta, então a Pauta
seria segundas, quartas e quintas, antes da Ordem do Dia.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Vereador, na verdade
atrasaria, tecnicamente, 30 minutos, porque treze inscrições de Pauta de 10
minutos, atrasaria a Sessão em 30 minutos.
Eu acho, Vereador que, quem sabe o Projeto provoque alguma situação
até, quem sabe, intermediária, um substitutivo. Estou lançando a idéia para que
não continue como está, às vezes temos que realizar essa inversão, necessária,
sob pena de passarmos duas semanas sem que a Pauta tenha curso normal. E a
Pauta não tendo curso normal, para o leigo, e a imprensa aqui está para
explicar, não tem curso normal o primeiro item de tramitação, após o Parecer
Prévio. E, conseqüentemente, o Projeto às vezes fica parado de uma semana a dez
dias, simplesmente porque nós não temos oportunidade de discutir esses 30
minutos três vezes. Na verdade, 90 minutos de discussão libera uma Pauta, três
dias de Pauta, 30 minutos são 90 minutos. E às vezes nós encalhamos dez dias,
por falta de 90 minutos no total, para realizarmos esta discussão.
O Sr. Clóvis Brum: V. Exa permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Seria importante, Vereador, agregar ao pronunciamento
de V. Exa., até para que a Diretoria Legislativa da Casa opine sobre o assunto,
porque nós não temos questionado o “quorum” para a Pauta. Então seria bom
examinar o aspecto do “quorum” para a Pauta. Parece-me que para que se dê por
julgado, corrida uma Sessão de Pauta, no mínimo deveria ter um “quorum”
deliberativo. Eu não li o Regimento Interno. Para funcionamento da Casa é onze.
Eu acho que rigorosamente a Pauta não poderia ser também corrida com onze
Vereadores.
Eu agrego este fato por um detalhe, porque com onze Vereadores se dá
por concluído o período de Pauta, é um dado que eu trago à consideração da
Casa, até para uma análise mais aprofundada, porque daqui a um pouco corremos o
risco de fazer com que os processos que a Casa não deseja discutir, os
processos polêmicos, não sejam discutidos com os Vereadores. Sou grato a V.
Exa.
O SR. FREDERICO BARBOSA: Casualmente, um pouco antes
de falar, eu solicitava ao Auditor da Casa opinião e também à Assessoria
Técnica da Casa.
Concluo, Sr. Presidente, agradecendo a condescendência da Mesa e
encerrando o meu pronunciamento. Muito Obrigado
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, um pedido de
Comunicação de Liderança. Com o PMDB, Ver. Flávio Coulon.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, eu fico até inibido em formular a minha Questão de Ordem, mas
iria fazê-la enquanto o Vereador estava na tribuna, porque o Ver. Clóvis Brum
tanto falou em “quorum” que eu iria pedir a verificação de “quorum”. Vou
solicitar que, após o pronunciamento do Ver. Flávio Coulon, a Mesa fizesse a
verificação de “quorum”.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa responde à Questão
de Ordem de V. Exa. dizendo que há um acordo de Lideranças na Casa de que a
Sessão não seja encerrada antes das Comunicações de Lideranças previamente
inscritas.
O SR. IGNÁCIO NEIS: Sou grato pela informação
e, lamentavelmente, eu não havia lembrado. Sou grato.
O SR. FLÀVIO COULON: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, em primeiro lugar, eu aproveitaria o tempo de Liderança para colocar
um problema que a Cidade está vivendo e que nós precisamos que esta Casa e os
meios de comunicação, em geral, alertem a população para o fato.
Com a greve dos distribuidores de gás, as empresas que vendem gás na
Cidade e que possuem gás em estoque estão sonegando a venda de gás. Postos de
distribuição na Cidade, que têm bujões de gás cheios, estão se negando a vender
estes bujões de gás.
Ontem à tarde, a minha assessoria percorreu uma boa parte da Cidade
tentando comprar um bujão de gás e não conseguiu. Eu queria fazer um apelo aos
órgãos de comunicação: que esclarecessem a população que, nestas
circunstâncias, ela deve procurar a Delegacia do Consumidor, na Rua Osvaldo
Aranha nº 450, em frente ao Instituto de Educação, e denunciar, porque a
Delegacia está com equipes volantes justamente alertas para este problema.
Está no ar um aumento dos combustíveis acoplado a esta greve e o
sentido desta sonegação é exatamente faturar a diferença no estoque que o
pessoal tem e se nega a vender. Então, esta é a primeira das denúncias que eu
gostaria de trazer e mais: o preço do botijão comprado no posto, o botijão de
13 quilos, é de Cz$ 288,77 e não Cz$ 310,00 como eles habitualmente cobram.
Alerto, também, que alguns vendedores estão já cobrando ágio. Novamente
chamo a atenção, devem entrar em contato com a Delegacia do Consumidor.
O segundo comentário que eu gostaria de fazer aqui, Sr. Presidente, é a
respeito de uma notícia no Correio do Povo: que a SMOV devasta o Morro da
Polícia. Apesar de ter sido denunciado em outubro do ano passado, reiniciou a
devastação do Morro da Polícia. E o que me chama a atenção é a possibilidade de
correlação desta devastação com um aterro ilegal que a Prefeitura está fazendo
na Ilha da Pintada com terras das mesmas características da retirada do Morro
da Polícia. Não tenho condições, mesmo porque foi interrompida essa devastação
ontem, por ordem do Prefeito, de verificar se realmente saiu do Morro da
Polícia para a Ilha da Pintada. Mas o tipo de solo examinado é absolutamente
semelhante, o que me leva a crer que poderíamos estar retirando do Morro da
Polícia para aterrar, ilegalmente, a Ilha da Pintada. Esse aterro,
evidentemente, do Estaleiro Só, nas imediações da ex-oficina Mabilde, estão
aterrando o rio, desrespeita a Lei 6.938, Art. 10, desrespeitando, inclusive,
uma Lei do Ver. Valdir Fraga, desta Casa, que trata exatamente dos aterros na
cidade de Porto Alegre.
Finalmente, quero ler um cartão que recebi do Jornalista Batista Filho:
(Lê.) “Prezado Vereador, aqui vai a cópia do contrato do único caminhão locado
para serviço da EPATUR. Seu ano de fabricação é 1980, e tem excelente
conservação. Seu tetravô na Casa era mesmo de 1952, e deixou de prestar serviço
em 1979. Um abraço do amigo, sempre à disposição, Batista Filho”. Trata-se de uma
informação que dei aqui – e que saiu no jornal, inclusive – que a EPATUR
conservava um veículo 1952. Ao contrário de uma falsa informação que recebi,
partida de uma determinada Bancada desta Casa. Eu não vim aqui me retratar, eu
vim aqui simplesmente explicar que requisitei documentação à Prefeitura,
através de Pedido de Informação, e a documentação que eles me enviaram sonegou
exatamente os novos contratos feitos pela EPATUR. E no meu pronunciamento,
quero lembrar que eu já dizia que achava que aquele caminhão de 1952 não estava
mais em uso, mas que a documentação vinda através de um pedido especial que fiz
à Prefeitura não me conduzia a poder concluir que, realmente, esse caminhão já
estava substituído. Então quero creditar este fato não a uma afirmação menos
provada de minha parte, mas sim à Prefeitura Municipal, que informou mal o meu
Pedido de Informação. Muito obrigado
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não há “quorum”. Estão
encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 17h13min.)
* * * * *